Desde o início de janeiro, a cotação do dólar em relação ao real oscila entre R$ 1,66 e R$ 1,68. No dia 8 de janeiro, a taxa de câmbio chegou próximo dos R$ 1,69. No dia 13 do mesmo mês, caiu para quase R$ 1,66. Ensaiou uma recuperação em 19 de março, alcançando R$ 1,68, mas desde então só caiu. Nesta sexta chegou a R$ 1,61. Nos últimos 12 meses a queda chega a 8,38%. Já nos últimos 24 meses a desvalorização ultrapassa 29%. Segundo o analista de mercado José Vicente Ferraz, as altas taxas de juros praticadas no Brasil são o principal atrativo para o capital estrangeiro.
Ferraz acredita que as baixas cotações geram incertezas. Segundo o economista Silvio Campos Neto, essas quedas acontecem por três fatores: a recuperação da economia internacional; valorização das commodities e uma corrida dos investidores para aplicar recursos no Brasil antes do aumento do imposto sobre operações financeiras (IOF).
Além disso, o economista acredita que o Programa de Taxa (PTAX), taxa de câmbio calculada pelo Banco Central e que define o dólar no mercado futuro, também influencia no comportamento da moeda norte americana.
As commodities também sofrem influência desta desvalorização. No agronegócio, a queda do dólar provoca a perda de competitividade e rentabilidade do produtor, principalmente em setores com maior presença no mercado externo, como soja, milho e algodão.