Ainda existem muitos detalhes para serem acertados sobre a transformação do etanol de produto agrícola em combustível com sua inclusão na ANP. Mas, se efetivada, essa será a concretização de um projeto existente no governo Lula há vários anos. Um desses detalhes é o aparelhamento da própria ANP para cuidar de todo um setor cuja produção e comercialização tem características muito diferentes das dos derivados de petróleo.
Embora muitos participantes do setor ainda sejam céticos em relação a esse processo, a colocação do etanol sob controle da ANP seria a condição apresentada pelo governo para elaborar uma série de medidas de incentivo para que o setor sucroalcooleiro retome os investimentos em novas usinas para atender à crescente demanda por etanol.
O governo teme também que, se o etanol permanecer com preços elevados diante da estagnação da produção, o consumo de gasolina volte a aumentar de forma expressiva, o que levaria a uma alta nas importações do produto. Segundo fontes do setor, a alternativa da importação seria a construção de novas refinarias de petróleo no País para atender a nova demanda, o que não estaria nos planos da Petrobras.