Agricultores de Mato Grosso fazem manifestação por proposta para Código Florestal

Mais de 1,6 mil pessoas devem participar de mobilização em Brasília nesta terçaMais de 1,6 mil produtores rurais de Mato Grosso devem participar nesta terça, dia 5, em Brasília, da mobilização a favor do novo Código Florestal. Com a união do setor, os participantes esperam sensibilizar a Câmara Federal.

Produtores de cidades como Sorriso, Juína e Novo Mundo enfrentaram grandes distâncias e dificuldades para se reunirem.

? Para vocês terem uma idéia, nós demoramos 15 horas para fazer um trajeto de 200 quilômetros, enfrentando atoleiro para não deixar de fazer parte deste momento ? conta o presidente do sindicato rural de Aripuanã, Aparecido Piola.

Cada um tem uma história diferente para contar. Eles se dedicam à pecuária ou à agricultura, plantam áreas e culturas distintas. O que os une na caravana é o desejo, e, mais do que isso, a necessidade de encontrar uma definição imediata quantos às exigências ambientais. Sem isso, muitos consideram difícil permanecer na atividade.

? O produtor rural está sensibilizado. Nós precisamos urgentemente que vote o Código e é pra isso que estamos indo a Brasília, para que o presidente da Câmara coloque na pauta e faça com que haja esta votação ? diz Rui Prado, presidente da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Mato Grosso (Famato).

? Certamente o Congresso não ficará indiferente a uma mobilização de mais de 20 mil produtores em Brasília. O Congresso age sob pressão e essa é a pressão legítima de quem nós representamos. Nós vivemos uma democracia representativa. No momento em que os representados vão à Brasília pedir algo, certamente não ficará indiferente ? diz o deputado federal Homero Pereira (PR-MT).

Só em Cuiabá, ponto de encontro de parte da caravana, mais de mil pessoas se reuniram e movimentaram os estacionamentos da Famato e do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar). Os produtores trouxeram faixas com mensagens ao poder público e à sociedade.

? Sim ao código, à reforma do Código e não à perseguição ? clama o produtor rural José Antônio Rodrigues.

Alguns produtores afirmam sofrer perseguição e não querem mais ter que enfrentar.

? Sou aqui de 1976, quando o Código era 20% de reserva florestal. Hoje querem 80%. Quem tem 10 alqueires sobram 02, não tem condições de sobreviver assim ? explica o pecuarista Sebastião Cassia de Almeida.

O protesto em Brasília é visto como a última esperança para muitos.

? A gente é muito prejudicado, não tem como viver. Nós estamos muito prejudicados. A chance é agora ? comenta o pecuarista Ormar Luiz dos Santos.