Argentinos querem cotas para controlar entrada de carne suína brasileira no país

Importação nos primeiros dois meses do ano foi 80% maior em relação ao mesmo período de 2010A Federação Agrária Argentina (FAA), uma das mais combativas associações ruralistas do país, exigiu que o governo da presidente Cristina Kirchner aplique um sistema de cotas para a entrada de carne suína brasileira. Segundo o líder da Federação, Eduardo Buzzi, caso o governo não aplique essas cotas, os ruralistas marcharão à fronteira com o Brasil para evitar a entrada de caminhões com o produto.

? Estamos dispostos a brecar os caminhões que entrem na Argentina com leitões. Vamos ficar de vigias, para que não deixem que entrem porcos que afetem nossos produtores nacionais ? disse Buzzi, famoso por sua capacidade de mobilização desde que, entre 2008 e 2099, foi um dos principais protagonistas dos protestos ruralistas contra o governo Kirchner.

A Federação sustenta que está ocorrendo uma invasão de polpa suína brasileira no país e afirma que a importação nos primeiros dois meses deste ano foi de 11 mil toneladas (80% a mais do que no mesmo período do ano passado), volume substancialmente superior à marca de 4 mil toneladas do ano passado. Outros dados, do Serviço Nacional Sanitário e de Qualidade Agroalimentar (Senasa), indicam que as importações no primeiro bimestre de 2011 chegaram a 9,5 mil toneladas, quase o dobro do mesmo período de 2010.

? Estamos preocupados, pois ficamos sabendo que nas últimas semanas os frigoríficos locais estão trazendo polpa de leitão do Brasil. É preciso dar uma brecada nesta manobra comercial, caso contrário será um atentado contra as possibilidades de nossos pequenos e médios produtores irem para a frente ? afirmou o diretor da Comissão de Produtores Suínos da FAA, Ciriaco Fortuna.

Segundo a Federação, o Ministério da Agricultura da Argentina tomará providências sobre o caso.