Volume de carne suína exportada em março cai 11,6%, diz Abipecs

Associação aponta que Brasil tem perdido espaço no mercado internacional por causa da valorização do realA exportação brasileira de carne suína em março apresentou queda de 11,6% em relação ao mesmo mês de 2010, passando de 50.111 toneladas para 44.299 toneladas. Em valor, a queda foi de 1,70%, de US$ 119,50 milhões em março de 2010, para US$ 117,47 milhões, em março deste ano. As informações foram divulgadas nesta sexta, dia 8, pela Associação Brasileira da Indústria Produtora e Exportadora de Carne Suína (Abipecs).

No acumulado do ano, comparado com o mesmo período do ano passado, houve um aumento da receita de 5,89%, apesar da retração no volume de 5,82%. As exportações de janeiro a março de 2010 totalizaram 125.466 toneladas e proporcionaram receita cambial de US$ 293,77 milhões, em relação a 118.169 toneladas e US$ 311,07 milhões este ano.

Em comunicado, o presidente da Abipecs, Pedro de Camargo Neto, informou que o Brasil tem perdido espaço no mercado internacional por causa da valorização do real. A carne suína do Brasil, assim como muitos outros produtos, ficou mais cara que o produto dos concorrentes. Segundo ele, felizmente, o mercado interno continua aquecido, evitando a formação de estoques.

Argentina
Camargo Neto criticou a reclamação dos produtores de suínos da Argentina, que pedem ao governo imposição de cota para entrada do produto brasileiro naquele mercado. Levantamento feito pela Abipecs revela que, no acumulado do ano, os embarques para a Argentina apresentam aumento de 19,33% (passaram de 8.444 toneladas nos três primeiros meses de 2010, para 10.076 toneladas no primeiro trimestre de 2011). E a receita cresceu 24,10%, passando de US$ 23,74 milhões para US$ 29,46 milhões, no período.

Apesar de volume e receita maiores, houve aumento dos preços médios pagos na Argentina. Nesse sentido, Camargo Neto explicou no comunicado que as importações argentinas foram realizadas para suprir uma necessidade daquele mercado e não por oferta brasileira ou chilena de produtos com baixo custo. Ele salientou que os preços recebidos pelos suinocultores argentinos foram mais altos em 2011 do que no mesmo período de 2010 e não existe, portanto, base para a reclamação.

Segundo a Abipecs, a participação do Brasil nas importações argentinas de carne suína diminuiu de 2009 para 2010, passando de 79% para 71%, enquanto a participação chilena aumentou de 11% para 18% no período.