No entanto, o país africano, que passa por uma crise política, deixa o mercado apreensivo sobre uma possível suspensão nas vendas do produto. Para Patrícia Moles, presidente da Associação das Indústrias Processadoras de Cacau, o principal impacto para o Brasil é a volatilidade dos preços da tonelada da amêndoa, que em fevereiro alcançou mais de US$ 3,7 mil dólares na Bolsa de Nova York. Mesmo assim, ela afirma que isso não influencia o abastecimento por aqui.
Segundo Henrique Almeida, presidente da Associação dos Produtores de Cacau do Sul da Bahia (APROSEB), Estado que possui a maior parte da produção nacional, o aumento dos preços no mercado internacional não chega no bolso do produtor brasileiro.
? Em 2010, o cacau girou em torno de US$ 2,70. O produtor vendia a até R$ 95 a arroba. Esse ano, está em US$ 3,00 e não passa de R$ 76. O que a gente tem aconselhado aos produtores é aproveitar o momento e fazer vendas futuras ? disse Almeida.
Ele também reclama da falta de políticas públicas para a Cultura. Henrique Almeida acredita que, se o governo restabelecer linhas de crédito no sul bahiano, a produção nacional de cacau deve aumentar.
? Nós temos 20 anos sem crédito, por conta de um endividamento injusto que veio do advento criminoso da introdução de vassoura de bruxa. O governo reconhece que avançou, mas a gente precisa de muito mais ? reivindica Almeida.
Mesmo com este cenário, o país é o quarto maior consumidor de chocolate do mundo. Produz, em média, 500 mil toneladas do produto.