Em uma fazenda na Chapada dos Guimarães (MT) a ameaça de chuva interrompeu a pulverização de 4.5 mil hectares de algodão.
? Foi preciso parar porque, com chuva, a aplicação não é eficiente, e isso está acontecendo com freqüência na região ? explica o operador de maquinário Solenil da Silva Brito.
Os reflexos provocados pelo excesso de chuvas não se restringem apenas ao atraso na aplicação de defensivos. O produtor rural Ítor Sílvio Cherubini cultivou 860 hectares em Campo Verde (MT) e ficou preocupado com o volume de chuvas nos últimos 40 dias, algumas plantas chegaram a abortar as primeiras maçãs. Como as plantas ainda podem se recuperar, o agricultor espera um equilíbrio climático. Pois se muita chuva prejudica, um calor intenso pode ser ainda mais perigoso.
? O ideal seria uma ou duas chuvas por semana, já que sem chuva a planta não desenvolve também ? comenta.
Apesar da preocupação a expectativa com a safra é bastante otimista. Isto é visto pelo tamanho da área cultivada no Estado. Pouco mais de 700 mil hectares, segundo a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). Um crescimento de 64% em relação à safra passada.
Pelas estimativas da Associação Mato-Grossense dos Produtores de Algodão as lavouras ocupam uma área ainda maior: 708 mil hectares. Com as elevadas cotações, muitos produtores voltaram a apostar na cotonicultura. O produtor rural Vitor Vesz plantou mil hectares, o dobro do que vinha plantando nas últimas safras.
? Estou animado com a cultura, apesar da chuva, aposto nos bons preços ? conta.
Em Mato Grosso, a arroba da pluma está sendo comercializada a R$ 123, dependendo da região. A colheita deve ter início na segunda quinzena de junho. A previsão da Conab é de que sejam produzidas mais de um milhão de toneladas de pluma.