Programa Soja Livre amplia opções para agricultores em Mato Grosso

Responsáveis pelo projeto fizeram balanço dos primeiros seis meses da iniciativaSeis meses depois do lançamento do programa Soja Livre, as entidades responsáveis pelo projeto fizeram um balanço sobre a iniciativa e definiram as prioridades para a próxima safra. A conclusão é de que o programa, que fomenta a produção de cultivares convencionais, é uma ferramenta importante para o avanço do plantio de sementes não transgênicas e para ampliar o leque de opções para o sojicultor.

Lançado em novembro do ano passado para incentivar o desenvolvimento de pesquisas com cultivares convencionais, o Soja Livre encerra sua primeira etapa com resultados positivos. O projeto avaliou o desempenho de 18 variedades não-transgênicas recomendadas para o plantio em Mato Grosso.

? É importante essa grande parceria. Envolvemos todos os setores com foco em soja convencional e a Embrapa nunca deixou de fazer convencional. O que estava acontecendo é que o processo de trazer para Mato Grosso estava falho. Com o programa, pudemos mostrar isso aqui e chegamos à conclusão de que a Embrapa tem várias cultivares que não perdem em nada para as que estão sendo cultivadas. Precisa azeitar este processo para que estas variedades cheguem ao produtor e isso o programa está discutindo ? diz Lineu Domit, da Embrapa Agrossilvipastoril.

As cultivares foram plantadas em 25 unidades demonstrativas, onde os agricultores puderam acompanhar o desenvolvimento das lavouras através dos dias de campo. Ao todo, foram 19, com participação de 2 mil pessoas.

? A avaliação é muito positiva e superou as expectativas. Formamos um grupo de trabalho e desenhamos uma idéia. Este ano conseguimos executá-la, as variedades são excepcionais, e o papel de mostrar ao produtor que existem cultivares que tragam renda foi alcançado. A liberdade de escolha é um fundamento do programa, e estamos planejando as ações para 2011-2012 ? afirma Luiz Nery Ribas, gerente técnico da Aprosoja-MT.

Na avaliação das entidades e empresas envolvidas no programa, o objetivo de garantir a liberdade de escolha dos sojicultores foi cumprido nesta primeira etapa. Com o mercado da soja convencional aquecido, a demanda pelo produto deve aumentar.

? Eu acho que o programa tem dado bons resultados, especialmente com relação às produtividades, superou as expectativas. Estamos entusiasmados com os resultados. Isso mostra a força para os parceiros. Mostra a tecnologia. Mostramos que o convencional é uma tecnologia muito forte, que precisamos fortalecer porque é um mercado diferenciado, e nossa atuação vem neste sentido, fortalecer este mercado, é uma vantagem competitiva que o Brasil tem. Mato Grosso “vem” neste sentido. Temos um resultado muito bom com isso, todo este programa com os parceiros juntos, pode mostrar isso ? comenta Ricardo Tatesuzi de Sousa, diretor-executivo da Abrange. 

De acordo com os responsáveis pelo projeto, a maior contribuição do Soja Livre é garantir ao agricultor o desenvolvimento e a oferta de sementes convencionais altamente produtivas e resistentes ao ataque de doenças e pragas, condições  fundamentais neste momento, quando os sojicultores que investem na produção começam a receber bonificações, o que deve ajudar a fortalecer cada vez mais o mercado.

? A grande indicação é que o mercado de soja convencional deverá parar de cair e isso é um grande avanço. Hoje, em Mato Grosso, 40% da área é convencional. Em relação ao mundo é uma grande ilha de oportunidade para o sojicultor. Ele pode buscar materiais competitivos, resistentes a nematóides, tolerantes a chuva na colheita. Temos uma gama de produtos para oferecer. A sinalização do programa é que permaneçamos com uma quantidade para atender a necessidade do produtor ? diz Clóvis Albuquerque, coordenador do Programa Soja Livre.

Nos próximos três meses, o número de unidades demonstrativas e de variedades desenvolvidas para a safra 2011/2012 deverá ser definido. O programa Soja Livre é fruto de uma parceria entre Aprosoja, Abrange e Embrapa.