Ministro do Meio Ambiente diz que licenças têm mais rigor e que vai rever prazos da legislação ambiental

Carlos Minc foi entrevistado por Carolina Bahia no Estúdio RuralHá dois meses à frente do Ministério do Meio Ambiente, Carlos Minc abriu espaço para conversas com ruralistas e colocou a questão amazônica no centro do debate sobre agronegócio e preservação do meio ambiente. Minc nega problemas de relacionamento com o ministro da Agricultura, Reinhold Stephanes.

? Estamos in love com o Ministério da Agricultura. Fechamos seis acordos importantes com o Stephanes ? disse ele ao Estúdio Rural nesta terça, dia 19.

Sobre a concessão de licenças ambientais, Minc afirmou que as autorizações estão sendo concedidas, mas com maior rigor, envolvendo contrapartidas como saneamento ambiental e preservação de parques. Ele destacou ainda a realização de acordos com vários segmentos produtivos, como madeira e minério, e com entidades, como a Federação das Indústrias de São Paulo (Fiesp).

Entre os principais desafios elencados pelo ministro estão pacificar as relações no bioma amazônico e ampliar a estrutura de fiscalização do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente (Ibama). Minc informou que será feito concurso para a contratação de pessoal para o Ibama e para o Instituto Chico Mendes.

Carlos Minc destacou ainda a redução de 20% no desmatamento da Amazônia e a liberação de R$ 1 bilhão para a recomposição de reservas legais. O ministro do Meio Ambiente disse também que a Lei de Crimes Ambientais precisa ser cumprida para impedir que outras áreas sejam devastadas.

? Os produtores, no entanto, não precisam temer perda de produção. Vamos rever os prazos de adaptação à lei, atualmente de até seis meses ? garantiu.

O ministro do Meio Ambiente acrescentou que a aplicação de multas não é a finalidade do Ibama, mas a maneira de fazer com que a legislação seja cumprida. Carlos Minc argumentou que o principal prejudicado com a degradação ambiental é o produtor rural, que deixa de ter recursos necessários para produzir.

? Hoje é mais barato desmatar do que recuperar uma área. Queremos inverter isso ? analisou Minc, entrevistado por Carolina Bahia.

Boi Pirata

Carlos Minc manifestou também a expectativa de que o leilão do gado apreendido na chamada Operação Boi Pirata seja realizado. Uma nova tentativa de vender as mais de 3 mil cabeças está prevista para a semana que vem.

? Vão sair, com certeza. A idéia é facilitar o transporte desses animais até o comprador ? informou o ministro, segundo quem a intenção principal não é vender o gado, mas tirá-lo das áreas ilegais.

Minc destacou ainda a intenção do Ministério de incentivar o ecoturismo nas diversas regiões do Brasil. Ele garantiu que há dinheiro público para investir no potencial deste modelo de atividade turística e que já está sendo fechado um acordo com o Ministério do Turismo para melhorar a estrutura dos parques do país.