A última pesquisa divulgada pela Abef revela a ascensão do setor. De janeiro a julho deste ano, o Brasil mandou para o Exterior 19% a mais de carne de ave, em comparação com o mesmo período de 2007. E a tendência, segundo Francisco Turra, é de otimismo.
O ex-ministro da Agricultura lembra que o Brasil não pára com os projetos de conquista de novos mercados. O mais difícil, talvez, seja o próprio comércio sul-americano, que abriga países resistentes, como Chile e Argentina:
? Conseguimos uma abertura, mas o Chile ainda é muito ligado aos norte-americanos ? diz Turra.
? Por enquanto temos Colômbia, Venezuela com boa participação. A Argentina é sempre distante ? completa.
O desafio de explorar a América Latina se resume em dados. Francisco Turra lembra que a região, especialmente, participa muito pouco do volume de exportações brasileiras
? Não chega a 10%.
Mas nada, garante o presidente da Abef, que seja impossível, uma vez que países do outro lado do mundo já foram persuadidos pelo produto nacional. China, Índia, Arábia Saudita e Rússia estão entre eles.
? Todos os países árabes estão comprando cada vez mais. Está impressionante a procura por um produto que é nobre, que é grife no mundo ? prestigia.
Porém, driblar a resistência internacional exige diálogo. Recentemente, comissões brasileiras estiveram em Cingapura, para tentar resolver dificuldades na comercialização.
? Eles recusam lotes enviados, containers, por desinformação absoluta. A comissão brasileira esteve no país para garantir que o Brasil cumpre todas as normas de exportação ? explicou Turra.
Um encontro também foi realizado na Alemanha, com a Associação Mundial dos Produtores de Frango, para tratar das cotas para importação da carne brasileira.
? O Brasil vinha perdendo em torno de US$ 500 milhões por ano com venda de licenças pro Brasil exportar produtos ? explica Turra, que salientou:
? O que nós queremos é que o setor todo tenha benefício com isso.
Segundo Francisco Turra, muitas pessoas estavam lucrando com a perda brasileira no Exterior, enquanto que o produtor daqui perdia com câmbio, custo da ração, entre outras dificuldades normais do custo Brasil.
De acordo com dados da Abef, o Brasil é responsável por 40% das exportações de frango no mundo, e cinco milhões de brasileiros dependem hoje deste setor.