A cidade está num dos principais pólos econômicos do Estado de São Paulo: o comercial, alimentado pela produção agrícola da região, com a cana-de-açúcar, principalmente. A produção dos canaviais da região passa dos 40 milhões de toneladas. São mais de 20 usinas em 18 municípios produtores e pelo menos 300 indústrias de equipamentos para o setor.
Toda esta potência, que dá a característica de pólo a Ribeirão, se soma a outras potencias de São Paulo, como a capital, que é o pólo financeiro do país. Lá, a região se desenvolveu a partir deste centro. Em Ribeirão foi o contrário. Os municípios vizinhos, que são os grandes produtores, é que ajudaram a desenvolver a cidade.
Por isso, segundo os analistas, é tão importante que, politicamente, o agronegócio seja visto como prioridade naquela região. Ainda mais agora, com a importância que ganha a produção de cana-de-açúcar, por causa do etanol.
? Em termos de etanol esta região já é, sem dúvida nenhuma, a de ponta ? afirma Mônika Bergamaschi, diretora-executiva da Abag.
O município tem 388 mil eleitores, que vão escolher entre sete candidatos aquele que vai administrar a cidade nos próximos quatro anos. O advogado Feres Sabino é candidato pelo PT e já concorreu à vaga em 1976, na época pelo MDB. Em 2008 ele vai em busca do seu primeiro cargo público.
? Ribeirão se qualifica como uma cidade consumidora desta produção imensa da região e, portanto, tem que apresentar excelência em todos os seus segmentos, em todas as suas áreas, em todos os equipamentos para garantir permanentemente uma cidade consumidora, já que não tem usina no seu município ? diz ele.
Daniel Ribeiro Lobo é empresário, corretor de imóveis e engenheiro civil e candidato pelo PTB. Nunca ocupou um cargo público, mas já foi candidato a vereador em Ribeirão Preto. Ele diz que suas propostas estão ligadas de maneira a facilitar a qualificação de mão-de-obra no agronegócio.
? Facilitar a maneira de o agronegócio poder se instalar na cidade, conduzir as empresas, o setor do agronegócio em Ribeirão Preto ? explica.
Dárcy Veras, do Democratas, é a única mulher na disputa. Ela é jornalista, já foi vereadora no município e é, atualmente, deputada estadual. Mas esta é a primeira vez que tenta ocupar a cadeira da prefeitura.
? Eu pretendo realmente trabalhar junto com o governo do Estado de São Paulo para dar um termo maior de comodato para que a agrishow permaneça em Riberão Preto. Trazer outros grandes eventos, como feiras de vendas de gado, de cavalos de raça ? anunciou.
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Rubens Chioratto Junior, do PSOL, é empresário e bancário e também nunca ocupou um cargo público. Ele afirma que é preciso conversa e articulação para o agronegócio.
? O que falta [para o agronegócio] ser mais eficiente, mais inovador, é um planejamento fundiário. Agora com o etanol, com o advento dos biocombustíveis, muito alimento está deixando de ser plantado ? justifica.
Mauro da Silva Inácio, da coligação entre PSTU e PCB, é professor e pela primeira vez disputa um cargo público. Diz que “vai defender até o fim a reforma agrária”.
? Para que a reforma agrária resolva os problemas que são, digamos, os mais importantes: desemprego, violência, o problema urbano. Todos aqueles problemas que envolvem a cidade de Riberão Preto ? justifica.
Welson Gasparini representa uma coligação de cinco partidos, entre eles o PSDB. Ele é advogado e o atual prefeito da cidade.
? Ribeirão Preto é a capital do agronegócio. Ele é de grande importância para a nossa cidade e para toda a nossa região também. O importante é uma parceria expressiva entre a prefeitura municipal e os grupos privados que atuam na questão do agronegócio.
Rafael Silva é da coligação PDT/PCdoB. Bancário aposentado e candidato outras duas vezes à prefeitura de Ribeirão, ele diz que a Agrishow ? uma das maiores feiras de máquinas e implementos agrícolas da América Latina ? e as cooperativas terão atenção em seu mandato, se eleito.
? A preocupação é em fornecer para o produtor, principalmente para o pequeno, condição para conseguir financiamento e insumos de forma diferenciada ? acrescenta.
Política é um assunto que instiga o professor Milton Carneiro. Historiador, ele fez um estudo detalhado sobre a influência política na região de Ribeirão Preto na década de 60. Para ele, a história se repete e falta ainda equilíbrio na disputa, apesar de tantas opções.
? Eu acho que o debate ainda não está posto adequadamente. Acho que tem uma forma quase unilateral de colocar as questões. Eu não vejo do lado dos trabalhadores um projeto adequado. Ou você tem uma tentativa de crítica simplesmente, mas nada de substituição. Quer dizer, que tipo de outro projeto seria adequado? Acho que é isto que está faltando. E sem essas lideranças para acompanharem de perto este tipo de trabalho acho que fica impossível ? analisa o historiador.
