O vice-presidente da Câmara de Milho e Soja da BM&FBovespa, Norberto Freund, explicou que o milho tem um mercado pulverizado, com vários locais de formação de preços, vários pontos importantes de produção e consumo. Com a escolha de Campinas como formadora de preços nos atuais contratos do mercado brasileiro, negociadores de outras praças não se consideravam atendidos de forma satisfatória pelo mercado.
? Como não temos tradição de negociar base no mercado interno, as pessoas ficavam sem referência com o preço negociado em Campinas. Quem queria usar o mercado futuro para se proteger em outra praça que não fosse Campinas ou que não estivesse formando preço para Campinas tinha certa dificuldade ? acrescentou Freund, em entrevista ao Agribusiness Online, nesta segunda, dia 15.
Outra característica desses novos contratos, segundo Freund, é minimizar os efeitos de diferentes regimes fiscais nas diversas praças de negócio. No caso de quem pretende usar o mercado futuro para proteção financeira, pode usar apenas Campinas como referência.
A possibilidade de liquidação financeira dos contratos, em que não há a entrega física do produto, é outro facilitador, como explicou Norberto Freund.
? É inevitável que trilhemos esse caminho, porque o investidor de fora não está interessado em receber milho. Quer um mercado onde pode ter segurança para operar, visibilidade e facilidade.