Dos aprovados, 22 devem ser escalados para o Porto de Santos (SP), o maior terminal portuário da América Latina, onde a reportagem do Canal Rural esteve para conhecer passo o trabalho dos práticos. No terminal, são feitas quatro manobras por dia, em média. Algumas duram cerca de três horas, geralmente sob tensão.
No centro de operações, o serviço funciona 24 horas por dia, 365 dias por ano. E tem controle rigoroso. Luiz Affonso Christo, ou, simplesmente, Christo, é um dos práticos do Porto de Santos. Ele entra em ação a partir do momento em que o centro de operações da praticagem recebe o chamado. Ele confere as coordenadas, o nome do navio que precisa manobrar e vai ao trabalho.
– É um trabalho que te exige bastante porque você tem que ficar praticamente vinte e quatro horas no ar, porque é um trabalho vinte e quatro horas. O porto não pára e a gente está aqui pra cumprir essa missão.
A chegada à embarcação é feita de lancha. Dali, Christo sobe por uma escada até chegar ao navio. A lancha não espera. Assim que o prático firma os pés nos primeiros degraus, ela deixa o local. Para o prático, tranqüilo. Em pouco segundos, ele está à bordo do navio que vai manobrar, cuja altura mede em torno de sete metros, aproximadamente um prédio de três andares. Para quem não está acostumado à situação, não é tão simples e leva bem mais tempo.
O prático deve assessorar o comandante nas manobras de atracação e saída de navios em portos, baías, e canais. Por alguns momentos, pelo conhecimento técnico e do local onde vai manobrar, é ele quem assume o comando. No caso de Luiz Affonso Christo, a embarcação que vai ser manobrada é de tripulação indiana e está no Brasil para embarcar uma carga de 6,9 mil toneladas de etanol brasileiro, com destino à Holanda.
– Nós estamos num navio químico então é um navio especial. Isso a gente tem que ter sempre em mente também. São navios que transportam cargas perigosas. Um navio que, qualquer falha as conseqüências são desastrosas pro meio ambiente. Então é uma manobra bastante delicada ? explica Christo.