Ele detalhou no Parlamento Europeu, nesta segunda, dia 15, os resultados da cúpula ministerial da Organização Mundial do Comércio (OMC) realizada em julho. Mandelson esclareceu que o acordo deve ser fechado em torno do último texto discutido. O encontro de julho, que durou mais de uma semana, acabou fracassando pela chamada cláusula de salvaguarda.
O choque aconteceu entre Índia, China e Estados Unidos, pois enquanto os dois primeiros defendiam de forma ferrenha seus principais cultivos, os americanos pediam que cedessem, mas sem aceitar em troca reduzir suas enormes ajudas agrícolas.
Mandelson comemorou o fato de nenhum país da OMC culpar a União Européia (UE) pelo fracasso das negociações e considerou que ficou claro que o bloco europeu chegou “tão longe” quanto podia. O comissário disse que ainda é possível chegar a um acordo este ano, mas deixou claro que é necessário “vontade política” dos principais membros.
A consecução da Rodada de Doha, iniciada em 2001, é vital no atual contexto de desaceleração e incerteza, explicou Mandelson, que ressaltou que beneficiará a UE e, principalmente, os países menos desenvolvidos.
Segundo o comissário, o colapso definitivo da negociação poria em questão todo o sistema de regulação do comércio mundial e afetaria outras discussões multilaterais, como as voltadas para o combate à mudança climática.