De acordo com o levantamento, com relação ao cenário interno, 70% das instituições financeiras apostam em descompasso entre oferta e demanda. O mesmo porcentual crê em desvalorização da taxa de câmbio. Com isso, a taxa de câmbio projetada na pesquisa passou de R$ 1,63 em julho para R$ 1,74. E 61% dos 26 bancos pesquisados projetam redução da oferta de crédito, com aumento na inadimplência dos empréstimos esperada por 43% das instituições.
Além disso, 39% das instituições financeiras acreditam em pressão sobre os chamados preços administrados, como tarifas de água, energia e telefonia. A expectativa para IGP-M (Índice Geral de Preços de Mercado), que condiciona essas tarifas, caiu de 12,10% para 10,24%. E 35% dos pesquisados responderam que deve haver pressão inflacionária sobre os preços de alimentos. A previsão para o IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo), a inflação oficial do governo, também caiu: de 6,48% na pesquisa de julho para 6,19%.
A projeção para a taxa básica de juros da economia para este ano se manteve em 14,75%. Para 2009 é mais baixa, em 13,75%. A expectativa de crescimento econômico foi revisada para cima pelos bancos. Passou de 4,79% para 5,15%. O setor industrial deve puxar a fila, seguido pelo agronegócio e pelo setor de serviços. Para 2009, a expectativa é menor, de 3,75%.
Outro indicador que teve as expectativas reduzidas foi o das reserva internacionais do Brasil. Caiu de US$ 211 bilhões em julho para US$ 210 na pesquisa divulgada nesta terça.
Cenário internacional
No cenário internacional, 91% dos bancos pesquisados acreditam que há espaço para uma evolução da crise financeira nos Estados Unidos. Para 78% deles, deve ocorrer uma redução da liquidez mundial e, para 61%, uma desaceleração do crescimento na China. Para 52% dos bancos brasileiros deve haver redução no crescimento da economia global, mesmo porcentual que considera eminete o risco de recessão no mundo.