A carga é tudo o que foi produzido ou gerado no país em termos de energia elétrica. O aumento não acompanhou, porém, a expansão do Produto Interno Bruto (PIB), no acumulado janeiro a junho, que foi de 6%, em razão de fatores conjunturais e também pela mudança de comportamento do consumidor brasileiro, conforme explicou o ONS.
Entre os fatores conjunturais, a entidade destacou o efeito do fenômeno climático La Niña, que provocou temperaturas mais amenas no primeiro semestre do ano, período tradicionalmente de temperaturas elevadas, com aumento do consumo.
A relação entre o crescimento da carga e o do PIB, que é a soma das riquezas produzidas no país, foi influenciada também pelo preço elevado da energia elétrica no mercado de curto prazo, que levou indústrias eletrointensivas “a reduzir a produção, implicando em menor demanda por energia elétrica”.
O boletim do ONS analisa ainda que o crescimento da carga foi afetado pelos aumentos registrados na geração de energia de autoprodução, sem uso da rede de transmissão ou de distribuição, em especial no Centro-Oeste do país.
O consumo industrial teria sofrido também o reflexo da greve dos auditores da Receita Federal, nos meses de março a maio. Em relação à mudança de comportamento do consumidor brasileiro, o ONS constatou, no caso dos consumidores industriais, por exemplo, que os investimentos em modernização e na compra de equipamentos mais eficientes tornaram o uso de energia mais racional.
O mesmo ocorreu em relação ao consumo residencial. Segundo a entidade, a população brasileira está procurando adquirir produtos mais eficientes e que tenham, de preferência, o selo de economia de energia do Programa Nacional de Conservação de Energia Elétrica (Procel). O alto custo da energia é outro fator que tem levado à diminuição do consumo, destacou o ONS.
O órgão explicou ainda que o crescimento da carga de energia elétrica foi influenciado pela ampliação da autoprodução, bem como o maior peso no PIB de setores menos intensivos em uso de energia.