Os produtores do Oeste da Bahia estão preocupados com as mudanças climáticas. A região que abriga uma área de mais de 2 milhões de hectares produtivos, registrou nos últimos 30 dias precipitações em algumas localidades, totalizando 47 milímetros, influenciada pelo fenômeno climático, El Niño.
Na avaliação do Instituto Nacional de Meteorologia (INMET), a próxima safra deve sofrer impacto do El Niño. Neste momento, a região Oeste está finalizando a colheita do algodão, que de acordo com a Associação Baiana dos Produtores de Algodão (Abapa), se aproxima dos 90%.
De acordo com o gerente de agronegócio da Associação dos Agricultores e Irrigantes da Bahia (Aiba) Aloísio Júnior, as expectativas dos produtores baianos não são boas, baseadas na experiência de ciclos anteriores com o El Niño.
“Essas chuvas não são boas para as lavouras de algodão que ainda estão em fase final de colheita”, diz Aloísio. Ainda segundo ele, os agricultores já procuram consultorias e especialistas para monitorar o clima e se preparar para a safra 23/24.
De acordo com a meteorologista do Canal Rural, Amanda Souza, as chuvas são isoladas no oeste e não devem se manter. O produtor deve observar uma mudança mais próximo do plantio da soja, que acontece a partir de outubro.
“As projeções mostram que o El Niño vem com pouca chuva, não ausência total, mas uma chuva ainda insuficiente pra garantir uma boa safra”, afirma Amanda.
A meteorologista não classifica o fenômeno como um ‘super’ El Niño, mas destaca que a mudança de padrão vai ser mais sentida no Matopiba, onde as temperaturas mais altas e um clima mais seco é o habitual.
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