O recente conflito entre Israel e o grupo extremista Hamas continua a gerar preocupações no setor agrícola brasileiro. A atenção volta-se agora para os preços do petróleo, essenciais na produção de fertilizantes nitrogenados, uma matéria-prima essencial para o Brasil. Carlos Cogo, consultor em agronegócio, discute os principais impactos desse conflito na economia e no agronegócio.
O aumento dos preços do petróleo, impulsionado pela instabilidade na região do Oriente Médio, tem repercussões diretas nos custos de produção, especialmente para a segunda safra de milho em 2024. Cogo destaca que, como o Brasil depende fortemente de fertilizantes nitrogenados, a situação se torna ainda mais crítica.
Os custos para a safra de verão 2023/2024 já estão praticamente definidos, mas a segunda safra de milho enfrenta incertezas devido à alta dos nitrogenados. A ureia, insumo importante na produção de milho, já sofreu um aumento significativo nos preços desde setembro.
Cogo ressalta que a situação atual pode impactar negativamente a intenção de plantio de milho, reduzindo ainda mais os ganhos dos produtores. Ele enfatiza a complexidade da situação, pois o Brasil exporta produtos agrícolas para Israel e importa fertilizantes, tornando o país vulnerável às oscilações no comércio internacional.
Diante do cenário desafiador, Cogo aconselha os produtores que ainda não adquiriram insumos a monitorar de perto os desdobramentos do conflito antes de realizar compras. O mercado de fertilizantes, essencial para a produção agrícola, permanece sujeito a possíveis impactos no médio e longo prazo, e estratégias cautelosas são recomendadas neste momento inusitado.
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