CLIMA

Alerta: seca na Amazônia continua

El Niño, desmatamento e altas temperaturas comprometem recursos hídricos na região, gerando preocupação

temperatura média na Amazônia

Embora a Amazônia seja predominantemente caracterizada por chuvas ao longo do ano, há evidências de que as mudanças climáticas e atividades humanas estejam afetando o clima e o equilíbrio hídrico. Estamos diante de um cenário de seca histórica na região, situação já prevista e alertada por pesquisadores e cientistas sobre o possível processo de savanização/desertificação nessa área nos últimos relatórios do Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas (IPCC).

O aquecimento anormal das águas oceânicas neste ano afetou a circulação geral da atmosfera, causando diversos extremos climáticos no Hemisfério Norte durante a primavera/verão boreal. Agora, na primavera/verão austral, os extremos na América do Sul são evidentes, principalmente no Brasil, com chuvas em excesso na região Sul e a seca no Matopiba e leste da região Norte.

A situação da ausência de chuvas na Amazônia se deve aos seguintes fatores:

  • El Niño: diminui as chuvas e aumenta as temperaturas na região.
  • Anomalia de Aquecimento do Atlântico Tropical: amplifica os efeitos do El Niño.

Somado aos fatores climáticos, temos a situação de desmatamento e incêndios florestais que liberam grandes quantidades de carbono na atmosfera, promovendo um aumento das temperaturas na região e assim agravando mais a situação de seca.

anomalia de chuva na Amazônia

Para os próximos meses, a projeção não é otimista para região Norte, pois espera-se que as temperaturas continuem elevadas até janeiro de 2024, com as chuvas retornando para essas áreas no decorrer do fim de ano. Porém o volume ficará abaixo da média climatológica.

Traduzindo isso em números, pegando como exemplo Manaus (AM) durante novembro, dezembro e janeiro, climatologicamente espera-se que o acumulado de chuva gire em torno de 750 mm nos três meses somados. Mas na situação atual, ao que tudo indica, o acumulado deve ficar em torno de 350 mm com temperaturas constantemente na casa de 40 ºC.

Ou seja, as chuvas até devem voltar, porém o tempo quente, o solo já ressecado e o baixo volume de precipitação podem fazer com que os níveis dos rios não voltem ao normal até o início do próximo ano. O que prejudica toda a logística e a economia que dependem das águas amazônicas.


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