Estudos recentes revelam que o solo fértil conhecido como terra preta de índio (TPI) é uma pista importante que confirma a presença de populações humanas na Amazônia desde tempos antigos.
A pesquisa, publicada na revista Science Advances, destaca a contribuição dos povos indígenas na formação desses solos, que serviam como substrato fértil para suas plantações.
A terra preta de índio é uma mistura de materiais orgânicos, como ossos, animais, peixes, cinzas, palhas, cascas e até excrementos humanos, que enriquece o solo.
Esse substrato aumenta os níveis de carbono no solo, estimulando o crescimento das raízes das plantas e aumentando a biodiversidade de microrganismos no solo.
Pesquisadores analisaram sítios arqueológicos na Região Norte do Brasil, incluindo o território indígena do Xingu, onde foram encontradas evidências de antigas aldeias indígenas.
Os resultados indicam que a terra preta de índio tem sido usada há mais de mil anos e ainda é cultivada por descendentes dos povos originários.
O estudo, que envolveu cientistas de diversas áreas, como ciência do solo, arqueologia e antropologia, também contou com a participação ativa dos indígenas, que contribuíram com seus conhecimentos ancestrais.
A pesquisa aponta para a existência de densas e complexas populações na Amazônia pré-colombiana, evidenciando a importância da terra preta de índio como um indicativo desse passado.
Além disso, a pesquisa destaca a relevância do manejo sustentável do solo realizado pelos povos indígenas como uma lição valiosa para a preservação da Amazônia e suas riquezas naturais.
A tecnologia de uso de carvão vegetal como condicionador de solo, inspirada no estudo da terra preta de índio, aponta um caminho promissor para a gestão sustentável da região.
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