O dólar à vista fechou a terça-feira (7), em queda de 0,26%, a R$ 4,8750.
Foi o quinto pregão consecutivo de baixa da moeda americana no mercado doméstico, que já acumula desvalorização de 3,30% em novembro.
A queda do dólar foi impulsionada por uma série de fatores, incluindo:
- Alívio nas taxas de juros dos Treasuries dos EUA, após dados abaixo do esperado do mercado de trabalho no país na semana passada;
- Perspectiva de manutenção do diferencial de juros interno e externo favorável;
- Fluxo expressivo de recursos via comércio exterior;
- Andamento da agenda econômica no Congresso.
O head da Tesouraria do Travelex Bank, Marcos Weigt, observa que apenas o real e o peso mexicano apresentaram ganhos em relação ao dólar entre as divisas emergentes e de países exportadores de commodities mais relevantes.
“Houve um alívio das taxas americanas e aqui parece que vamos ter juro elevado por um bom tempo. Temos taxas reais elevadas e um diferencial de juros ainda muito alto, que estimula a busca por carry trade. É a mesma condição do México”, afirma Weigt.
Por aqui, o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, repetiu que o ritmo de corte da Selic em 0,50 ponto porcentual é, por ora, apropriado. Ele ressaltou que, embora tenha diminuído, o diferencial entre juros interno e externo ainda é alto.
O real, disse Campos Neto, tem se destacado como moeda relativamente estável entre emergentes. O pior cenário para o mundo emergentes, segundo o presidente do BC, seria um cenário em que o prêmio de risco nos países desenvolvidos comece a subir. Se, ao mesmo tempo, houver piora fiscal no Brasil, o cenário pode ficar mais complicado, alertou.