INOVAÇÃO

Método reaproveita cascas de laranja para produzir colorantes e enzimas

Os colorantes naturais produzidos a partir de resíduos de laranja podem ser usados na indústria de alimentos, têxtil e farmacêutica

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Foto: acervo dos pesquisadores

Cientistas da Universidade Estadual Paulista (Unesp), em colaboração com pesquisadores da Pontifícia Universidade Católica de Valparaíso (Chile) e da Escola de Engenharia e Ciência de Monterrey (México), desenvolveram um sistema para produzir colorantes e enzimas a partir de resíduos de laranja.

O processo, descrito em artigo publicado na revista Sustainable Chemistry and Pharmacy, consiste nas seguintes etapas:

  • Hidrólise dos resíduos de laranja para a obtenção de açúcares fermentáveis;
  • Cultivo de microrganismos para a produção de colorantes naturais;
  • Recuperação dos colorantes naturais do meio de cultivo.

Os resultados obtidos mostraram que o sistema é eficiente na produção de colorantes naturais com propriedades semelhantes às dos colorantes sintéticos. Além disso, o processo é economicamente viável, pois utiliza matérias-primas de baixo custo.

A indústria de suco de laranja gera aproximadamente 10 milhões de toneladas métricas de resíduos por ano. Esses resíduos são ricos em celulose e hemicelulose, substâncias que podem ser convertidas em açúcares fermentáveis.

“O desenvolvimento de um processo para aproveitar esses resíduos é uma alternativa promissora para a redução da dependência de recursos não renováveis e para a preservação do meio ambiente”, disse Valéria de Carvalho Santos Ebinuma, professora do Departamento de Engenharia de Bioprocessos e Biotecnologia da Faculdade de Ciências Farmacêuticas da Unesp e uma das pesquisadoras responsáveis pelo projeto.

Os colorantes naturais produzidos a partir de resíduos de laranja podem ser usados em diversas aplicações, como na indústria de alimentos, têxtil e farmacêutica.

“Esse é um projeto que poderá render frutos grandiosos”, afirmou Ebinuma.