A deputada eleita Diana Mondino, chanceler designada pelo presidente eleito da Argentina, Javier Milei, disse que os dois países são irmãos e continuarão sendo depois que o candidato de ultradireita tomar posse no próximo dia 10. “Temos que trabalhar muito juntos para que os dois países cresçam”, disse.
A integrante do futuro governo de Milei fez a declaração a jornalistas ao lado do ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, no Palácio do Itamaraty, em Brasília. “O encontro foi excelente, muito amável”, disse a argentina.
A economista garantiu que a parceria continuará e sinalizou positivamente sobre o apoio de seu país à finalização do acordo comercial entre o Mercosul e a União Europeia (UE). “Queremos parcerias, o melhor e o mais rápido que pudermos”, afirmou, citando também acordos com outros países, como Cingapura.
Integração da Argentina ao Brics
Diana afirmou não ter certeza sobre a necessidade de seu país integrar o Brics, num acordo acertado durante o governo de Alberto Fernandez.
O Brics é formado, atualmente, por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul e deverá ser ampliado para 11 membros a partir de 2024 – a previsão era que a Argentina fosse um dos novos membros.
“Não tenho ideia de como a Argentina vai participar dos Brics”, disse. “Com todos os problemas econômicos que temos na Argentina, não entendo qual vantagem teríamos de entrar [no bloco]. Claro que, se tivermos, vamos participar”, afirmou.
Alinhados com o multilateralismo
A futura chanceler ressaltou que hoje a Argentina já trabalha com praticamente todos os países. “Não queremos estar alinhados com nada, a não ser com o multilateralismo”, acrescentou.
A reunião teve como principal objetivo a entrega do convite de Milei para que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) participe da sua posse, prevista para o dia 10 do próximo mês.
As partes também discutiram sobre a relação bilateral e o atual estágio das negociações de um acordo entre o Mercosul e União Europeia (UE).
A intenção da viagem de Diana, organizada sob a máxima discrição, é a de tentar fazer com que o chefe do Executivo brasileiro compareça à cerimônia no país vizinho, já que, até aqui, sua presença é vista como improvável.
Com os ataques de Milei a Lula durante a campanha argentina, a ideia do Palácio do Planalto era de enviar apenas um representante diplomático para acompanhar a posse.