GOVERNO

Brasil vai à COP28 para 'cobrar medidas', diz Marina Silva

Ministra disse que o Brasil não participará da conferência apenas para responder a cobranças externas, mas para pressionar por ações efetivas

COP28, Dubai
Foto: Reprodução/COP28

A ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, afirmou nesta segunda-feira (27), que o Brasil assumirá um papel proativo na 28ª Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas, a COP28, que será realizada em Dubai, nos Emirados Árabes, entre 30 de novembro e 12 de dezembro.

Em depoimento à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) das ONGs no Senado, Marina disse que o país não participará do evento apenas para responder a cobranças externas, mas sim para pressionar por ações efetivas contra as mudanças climáticas.

“Nós evitamos lançar 133 milhões de toneladas de CO² para proteger o interesse do agronegócio, do pequeno, do grande, do médio e para que o Brasil seja a potência que ele precisa ser no século 21”, disse ela, ao informar que o atual governo tem atuado para combater o desmatamento ilegal, promover o ordenamento territorial e fundiário e promover o desenvolvimento sustentável.

A ministra disse ainda que, em sua participação na convenção, defenderá posição contrária ao desmatamento e para que os povos indígenas tenham direito de manter seu modo de vida.

Ela reconheceu que há divergências no modelo de desenvolvimento atual, mas ressaltou que é possível desenvolver o país com justiça social e a preservação da Amazônia.

O problema da desigualdade, afirmou aos senadores, decorre de um modelo injusto de desenvolvimento, em que poucos se apropriam dos ganhos, enquanto a maioria fica com o prejuízo ambiental.

“A história do Brasil não começou quando os portugueses chegaram aqui com a sua tecnologia, que não pode ser comparada à tecnologia dos povos indígenas. As leis não foram inventadas pelas ONGs, mas pelos constituintes originários, que disseram que todos os brasileiros têm direito a um meio ambiente saudável”, afirmou a ministra.