As abelhas dispõem de diversos mecanismos e estratégias para se manterem vivas e produtivas em períodos com temperaturas elevadas. No entanto, esse esforço pode impactar o desenvolvimento e a produção da colônia.
Como a maioria dos organismos, as abelhas, especialmente as crias, são sensíveis às altas temperaturas. Por isso, elas procuram manter a área de cria do ninho numa faixa de temperatura entre 33-35°C, que é considerada favorável ao desenvolvimento da colônia. Temperaturas acima de 36°C, por longo tempo, podem afetar severamente as abelhas, pois podem causar anomalias no desenvolvimento e até a morte das crias.
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“Quando a temperatura ultrapassa esse limite, as abelhas precisam utilizar estratégias para o resfriamento da colônia. Elas começam a se dispersar nos favos e podem até mesmo sair da colmeia, formando aglomerados do lado de fora. Além disso, podem realizar ventilação, batendo as asas, e promover a evaporação de gotas de água que são espalhadas sobre os favos”, explica a pesquisadora da Embrapa Meio-Norte, Maria Teresa Lopes.
Segundo ela, enquanto investe tempo e energia buscando água para evaporação, ventilando a colônia e utilizando todas as estratégias para reduzir a temperatura, a abelha deixa de visitar as flores para coletar alimento (néctar, pólen) e produzir o mel.
A pesquisadora alerta os apicultores para tomarem algumas medidas que possam garantir a sobrevivência e a produtividade das abelhas nos períodos de estiagem ou de altas temperaturas. Esses cuidados devem ser iniciados logo na escolha do local para instalação do apiário, que deve ser sombreado e com fonte de água limpa, de acesso seguro, abundante e permanente.
Sombreamento
O sombreamento pode ser natural (sombra de árvores) ou artificial (coberturas artificiais construídas a partir de diversos materiais, dos mais rústicos aos mais resistentes). O apicultor deve escolher um local com espécies arbóreas que mantenham as folhas mesmo no período da seca para garantir o sombreamento nos períodos com temperaturas mais altas e escassez de chuvas.
Água em abundância
Outro fator essencial na criação de abelhas é a presença de água, fundamental para a manutenção dos enxames, principalmente em regiões de clima quente, uma vez que a água é usada para auxiliar na termorregulação (em casos extremos, uma colmeia pode chegar a consumir 20 litros de água por semana).
Deve-se fornecer fonte de água pura para as abelhas e disponível próxima às colmeias. Caso o local não disponha de fonte natural (rios, nascentes, etc.), deve-se instalar um bebedouro artificial, tomando-se o cuidado de mantê-lo sempre abastecido com água limpa.
Para isso, deve-se trocá-la frequentemente e lavar o bebedouro com uma escova, evitando foco de contaminação. É importante também que as abelhas tenham acesso seguro à agua, isto é, a fonte ou bebedouro deve ter materiais ou superfícies que permitam que as abelhas pousem no local e coletem a água sem se afogarem.
Alimentação alternativa
No período entre as floradas, o apicultor deve também ter atenção especial com a alimentação. Nesse período, em geral, também as temperaturas são mais elevadas, e com a redução das floradas, a oferta de alimento diminui e, especialmente na região semiárida, é necessário fornecer alimento para as abelhas para manter as colônias e reduzir a perda por abandono.
A Embrapa Meio-Norte desenvolveu diversas fórmulas que buscam suprir as necessidades nutricionais das abelhas nativas e africanizadas nesse período. A alimentação suplementar estimula a postura da rainha e ajuda a aumentar a população, acelerando o crescimento do enxame.
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