Os preços da soja subiram em novembro no mercado brasileiro, acompanhando os ganhos acumulados na Bolsa de Mercadorias de Chicago (CBOT).
Mesmo dividindo as atenções com o plantio, os produtores aproveitaram os melhores momentos para
negociar, garantindo uma melhora no ritmo da comercialização. A queda do dólar limitou a elevação nos referenciais.
Veja como os preços começaram e encerraram o mês
- Passo Fundo (RS): abriu o mês a R$ 142 e encerrou a R$ 152
- Cascavel (PR): passou de R$ 133 para R$ 137
- Rondonópolis (MT): avançou de R$ 125 para R$ 131 durante o mês
- Porto de Paranaguá (PR): aumentou de R$ 143 para R$ 147
Soja na Bolsa de Chicago
Os contratos futuros com vencimento em janeiro subiram 2,46% no mês em Chicago, fechado a quinta (30) a US$ 13,42 3/4 por bushel.
O clima irregular na América do Sul, atrasando o plantio, deu sustentação ao mercado. Além disso, o mês foi marcado por uma boa demanda pelo produto dos Estados Unidos, principalmente por parte dos chineses.
No entanto, o câmbio não favoreceu a comercialização. O dólar comercial teve queda de 2,5% em novembro, encerrando na casa de R$ 4,915. O clima de menor aversão ao risco no mercado financeiro internacional deu força ao real.
Para dezembro, as atenções deverão se intensificar no desenvolvimento das lavouras no Brasil e na Argentina. O clima é motivo de preocupação. Ainda assim, se projeta uma safra brasileira acima de 160 milhões de toneladas.
Depois da quebra no ano passado, a Argentina deverá colher mais que o dobro. Ou seja, o quadro ainda aponta para uma grande oferta.
Safra 23/24
A produção brasileira de soja em 2023/24 deverá totalizar 161,377 milhões de toneladas, com elevação de 2,2% sobre a safra da temporada anterior, que ficou em 157,83 milhões de toneladas. A estimativa foi divulgada por Safras & Mercado. Se confirmada, será a maior safra da história.
Em julho, quando foi divulgado o relatório de intenção de plantio, a projeção era de 163,25 milhões de toneladas. A redução sobre a estimativa anterior é de 1,15%.
Safras indica aumento de 2,1% na área, estimada em 45,62 milhões de hectares. Em 2022/23, o plantio ocupou 44,68 milhões de hectares. O levantamento aponta que a produtividade média deverá passar de 3.550 quilos por hectare para 3.555 quilos.
Foram feitos ajustes finos nos potenciais de produtividades médias de alguns estados das regiões Centro-Oeste, Norte e Nordeste do país devido ao clima irregular (baixa umidade e temperaturas elevadas) registrado desde outubro. Os destaques negativos ficam com os estados do Mato Grosso e de Goiás.
“Apesar disso, é importante destacar que as produtividades ainda podem ser elevadas nestes estados, embora devam ser inferiores às registradas na temporada 2022/23, que foram bastante elevadas”, explica o analista de Safras & Mercado, Luiz Fernando Gutierrez Roque.
“Se o clima não melhorar, novos cortes podem ocorrer, mas havendo melhora, boa parte das plantas pode se recuperar, resultando em produtividades ainda relevantes”, alerta.
No Sul, a atenção é com o excesso de umidade, que vem atrasando os trabalhos de plantio. “Apesar disso, ainda não podemos falar em perdas de potencial produtivo nas lavouras”, conclui o analista.