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Recesso esvazia reunião de Pacheco sobre reoneração

O BDM Express é a versão resumida do BDM Morning Call, referência da pré-abertura do mercado financeiro há 20 anos.

Recesso esvazia reunião de Pacheco sobre reoneração

O petróleo testava reação moderada (+0,50%) no pregão asiático, o que pode ser positivo para o Ibovespa nesta 3ªF de agenda fraca. Circularam comentários de que a reunião de Pacheco com os líderes do Senado para debater a MP da reoneração da folha poderia nem acontecer, esvaziada pelo recesso parlamentar. Único indicador previsto aqui é a prévia do IGP-M (8h).

Nos EUA, sai a balança comercial de novembro (10h30) e o Fed boy Michael Barr participa de evento às 14h. O investidor cumpre a espera pela 5ªF, que promete a emoção do CPI americano, neste momento em que o mercado já não tem tanta certeza se o juro vai cair seis vezes nos EUA e nem se o primeiro corte do Fed virá em março.

NY já tinha fechado quando a diretora do Fed Michelle Bowman disse que ainda não é o momento de discutir o início do ciclo de queda e que não descarta até mesmo um aperto se a inflação estagnar. Mais cedo, Raphael Bostic afirmou que espera só dois cortes de 25pb no juro e apenas no final do ano.

Os comentários parecem vir na mesma linha da ata do Fed. Todo o suspense está transferido esta semana para o CPI de dezembro, apontado como o próximo desafio do Fed.

Por aqui, não existe desafio maior do que a questão fiscal. Na briga para assegurar o déficit mais próximo de zero, a equipe econômica não pode abrir mão de nenhuma renúncia de arrecadação e abre confronto com o Congresso. Ao vetar a desoneração da folha e baixar a MP que prevê a extinção gradual do benefício até 2027, Lula peitou a decisão do Legislativo, encampou a luta da Fazenda, deu capital político a Haddad e irritou o Parlamento.

No Estadão de hoje, a Fazenda articula uma saída para convencer Pacheco a colocar o tema em votação no Congresso. Vai argumentar que a tramitação via MP dá protagonismo aos senadores na discussão de um tema caro aos parlamentares. Se a tática de sensibilização falhar, o governo apresentaria um projeto de lei sobre o mesmo assunto, começando a discussão pela Câmara.

A estratégia de convencimento dos senadores foi discutida em reunião de Haddad com Randolfe, Jaques Wagner e Padilha. Para o encontro de hoje de Pacheco com as lideranças, seis senadores confirmaram presença. Das principais bancadas, porém, apenas o líder do União Brasil, Efraim Filho (PB), deverá estar na capital federal para participar.

DEMOCRACIA INABALADA – Alegando problemas de saúde na família, Lira permaneceu em Maceió e não compareceu à cerimônia no Congresso para marcar um ano dos ataques golpistas de 8/1. Nos bastidores, a informação é a de que o gesto de Lira foi calculado, em aceno aos bolsonaristas.

O evento não conseguiu arregimentar líderes oposicionistas nos Estados. Os governadores dos maiores colégios eleitorais do País e outros 12 chefes de Executivos estaduais não foram também. Zema chegou a anunciar sua presença, mas desistiu horas depois, por pressão de integrantes do Novo.

DOIS EM UM – Lula não pensa em dividir o Ministério da Justiça e Segurança Pública em duas pastas, segundo a jornalista Eliane Cantanhêde/Estadão. Na configuração pretendida, o ex-presidente do STF Ricardo Lewandowski ficaria como ministro e Ricardo Cappelli ganharia status como um super secretário executivo para cuidar da segurança pública.

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