O mercado brasileiro de milho enfrentou mais uma semana de quedas nos preços nas principais praças de comercialização do país.
Segundo a SAFRAS Consultoria, o fraco interesse na ponta compradora e a oferta abundante de milho foram os principais fatores que pressionaram as cotações.
Os produtores continuaram fixando preços para o cereal, tanto da safra velha quanto da safra de verão, na tentativa de liberar espaço nos armazéns para estocar a soja.
No entanto, os consumidores estão cautelosos, prevendo possíveis quedas nos preços do milho a curto prazo, o que limitou significativamente o ritmo de comercialização.
O analista da Safras & Mercado, Paulo Molinari, sublinhou que essa tendência já se manifestou em 2023.
“Mesmo com uma forte redução na produção no Sul do país, os produtores optaram por vender agressivamente o milho no primeiro semestre, focando na comercialização da soja. A ideia era aguardar movimentos de alta na oleaginosa devido às perdas de produção na América do Sul. Essa decisão exerceu forte pressão sobre o mercado de milho, sem, no entanto, conseguir recuperar os preços da soja”, diz.
A pressão para que os produtores não vendam soja começa a afetar o milho.
Os produtores estão aumentando a oferta dos volumes remanescentes da safra anterior no mercado interno, mas a liquidez na exportação permanece baixa, e não há novas transações sendo realizadas.
Assim, os embarques em janeiro estão programados em 3,945 milhões de toneladas, com um volume já realizado próximo a 2 milhões de toneladas.
No ano comercial, o número está em 54,8 milhões de toneladas, dentro das projeções feitas pela Safras & Mercado, indicando embarques entre 55 e 57 milhões de toneladas.
Ainda de acordo com a Safras & Mercado, o mercado de milho deve permanecer pressionado nas próximas semanas, com os preços podendo cair ainda mais.
A perspectiva é de que a produção brasileira de milho em 2024 fique em torno de 118,5 milhões de toneladas, menor que a de 2023 (127,1 milhões de toneladas).
Preços do milho no Brasil
- Valor médio da saca: R$ 65 (queda de 7,7%)
- Cascavel, Paraná: R$ 60 (queda de 7,6%)
- Campinas/CIF: R$ 71 (queda de 12,5%)
- Mogiana, São Paulo: R$ 72 (queda de 4%)
- Rondonópolis, Mato Grosso: R$ 53 (queda de 4,5%)
- Erechim, Rio Grande do Sul: R$ 63 (queda de 11,4%)
- Uberlândia, Minas Gerais: R$ 70 (queda de 8,7%)
- Rio Verde, Goiás: R$ 60 (queda de 7,6%)