A Associação Brasileira dos Produtores de Soja e Milho (Aprosoja Brasil) divulgou nota nesta sexta-feira com recomendações aos sojicultores brasileiros.
A entidade destaca que o movimento de queda de preços, os elevados custos de produção e a queda de produtividade na safra atual demandam cautela antes do fechamento de negócios nos próximos meses.
Assim, a Associação recomenda aos produtores que adotem prudência, que não realizem vendas imediatas nem vendas futuras, não adiantem compras por pressão das empresas e não façam investimentos ou programação para ampliação de área.
“Em especial, que não façam compras de fertilizantes, cujos preços aumentaram nas últimas três safras e ainda não voltaram ao patamar normal para uma boa relação de troca. Esta última recomendação vale também para sementes e defensivos”.
Redução da receita da soja
A entidade afirma que houve redução de 33% da receita da atividade em comparação com a safra por conta dos preços atuais estarem abaixo dos 100 reais por saca pela primeira vez em três anos.
“No início do plantio da safra 2023/2024, as contas estavam dando algum lucro ou empatando, em algumas praças, se houvesse uma boa produtividade. Porém, com as perdas em função de fatores climáticos, as margens já estão negativas em muitos estados”, diz a nota.
Tomando Mato Grosso como exemplo, o dado do Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea) apresentado no dia 11 de janeiro na Câmara Setorial da Soja, para a análise de sensibilidade da margem da soja, apontava que para cotação de 100 reais a saca e produtividade estimada pelo órgão de 50 sacas por hectare, a margem de lucro seria de 128 reais, já indicando incapacidade de pagamento de parcelas de investimentos.
Contudo, ao considerar a região de Sorriso como exemplo, a soja está cotada na região em torno de 94 reais, o que retorna a margem negativa, com prejuízo de 122 reais por hectare.
Maiores perdas são esperadas
A Aprosoja Brasil lembra que a colheita ainda não atingou 20% da área em nível nacional e que os produtores ainda enfrentam alta incidência de doenças, anomalias fisiológicas e prognóstico climático pouco animador.
“Por conta desses fatores, ainda são esperadas perdas maiores para a safra. No caso de Mato Grosso, a média estimada pela Aprosoja é de 49 sacas por hectare, até o momento”.