A China abre o noticiário do dia, depois de ter informado dados contraditórios sobre a atividade. O PMI industrial medido pelo governo recuou em fevereiro e o mesmo indicador medido pelo setor privado subiu. Os resultados vêm às vésperas das sessões plenárias anuais do governo de Pequim, a partir de 2ªF, quando a esperança é de que novas medidas de estímulos sejam anunciadas.
O ritmo da atividade econômica também será conhecido hoje nos EUA e na zona do euro (onde tem ainda o CPI de fevereiro, 7h). Ainda aqui, ganha particular interesse o PIB/4Tri (9h). Quanto menos brando o dado vier, maior a chance de continuar lançando desconfianças sobre a Selic de um dígito.
A mediana é de estabilidade para o PIB doméstico na margem, após crescimento de 0,1% no 3Tri. Apesar do risco de zero crescimento do Brasil no 4Tri, este resultado poderá ser lido como um “copo meio cheio”, já que economistas chegaram a prever trimestres negativos pela ação do Copom. Para o acumulado de 2023, o consenso é de crescimento de 3,0% do PIB.
Se por um lado a reação da atividade econômica é positiva, pela ótica da inflação deve ser vista pelo viés de alerta, porque deverá representar um argumento adicional para o mercado projetar maior conservadorismo do BC.
Nas últimas semanas, os integrantes do Copom não têm escondido os receios com o impacto dos salários sobre a inflação de serviços para a política de relaxamento monetário. A percepção no mercado é de que o ganho de renda pode pressionar a inflação e frear os cortes da Selic.
“SALVADOR DO ORÇAMENTO” – O apelido do ministro Carlos Lupi (Previdência Social) nos corredores do Planalto se deve à expectativa de revisão de despesas de benefícios ligados ao INSS e Proagro. O governo pretende incluir na LDO/25 uma projeção de economia com a revisão destas despesas, reduzindo a chance de contingenciamento no relatório bimestral de março.
A Previdência estima para 2024 uma economia de R$ 10 bi com a revisão dos benefícios previdenciários, sendo a maior parte decorrente da implementação do Atestmed, programa que adota a perícia médica eletrônica.
REONERAÇÃO DA FOLHA – Foco de novo embate entre o Planalto e o Congresso, o trecho da MP que revoga o dispositivo que favorecia as prefeituras com menos de 142 mil habitantes é alvo agora da articulação política. Pacheco pretende negociar a retomada da medida, mas o líder Jaques Wagner (PT-BA) afirmou que o tema “não é um assunto tão maduro”.
MAIS AGENDA – Antes do PIB, o IPC-S (8h) deve desacelerar para 0,55% em fevereiro. O CMN faz reunião extraordinária hoje (15h). Campos Neto recebe, em SP, representantes de bancos e da Febraban (10h), e depois encontra Haddad (13h).
LÁ FORA – Nos EUA, sai a leitura final de fevereiro do sentimento do consumidor, medido pela Universidade de Michigan (12h). O ritmo da atividade econômica americana será medido pelo PMI industrial de fevereiro da S&P Global (11h45) e do ISM (12h). Do Fed, Christopher Waller (12h15), Raphael Bostic (14h15) e Adriana Kugler (17h30) participam de eventos. A S&P Global informa o PMI industrial da Alemanha (5h55), zona do euro (6h) e Reino Unido (6h30).
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