A semana foi marcada por melhora nos preços domésticos da soja, acompanhando as valorizações combinadas de prêmios, contratos futuros em Chicago e do dólar.
Com o repique das cotações internas, os produtores voltaram ao mercado e encontraram um
comprador disposto a gastar. Como consequência, a movimentação melhorou.
Veja os preços na semana
- Passo Fundo (RS): subiu de R$ 114 para R$ 117
- Cascavel (PR): passou R$ 108 para R$ 113,50
- Rondonópolis (MT): diminuiu de R$ 108 para R$ 107
- Porto de Paranaguá: subiu de R$ 116 para R$ 121,50
Os prêmios também melhoraram nos principais portos do país, mesmo com a entrada da safra sul-americana.
Na Bolsa de Mercadorias de Chicago (CBOT), os contratos com vencimento em maio, os mais negociados, tiveram valorização de 1,08%, cotados na manhã da sexta (8), a US$ 11,63 por bushel.
Apesar do cenário fundamental negativo, o mercado passou por um período de correção técnica, com fundos e especuladores cobrindo posições vendidas e tentando se posicionar frente ao relatório de março do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos.
O câmbio também foi positivo aos preços domésticos, acumulando no período uma valorização de 0,5% no dólar comercial frente ao real. A moeda norte-americana era cotada a R$ 4,979 na manhã da sexta.
Soja argentina
A produção de soja da Argentina deve duplicar na comparação com a safra passada. A estimativa é do analista de Safras & Mercado Bruno Todone. Durante apresentação na Expoagro, ele projetou a colheita argentina da oleaginosa em 49,6 milhões de toneladas.
O USDA, em seu relatório, não alterou suas expectativas para a safra do país vizinho, sinalizando em 50 milhões de toneadas.
“Os fundos especulativos estão muito vendidos e podem mudar a tendência. Além disso, a capacidade de pagamento melhorou”, disse Todone.
Por outro lado, as chuvas de fevereiro melhoraram a disponibilidade hídrica. No longo prazo, se acredita na possibilidade de La Niña para o terceiro trimestre a partir de anomalias que se observam na safra dos Estados Unidos.
Por fim, conforme Todone, deve-se prestar atenção no aumento do processamento, que seria ruim para a Argentina, devido à maior oferta de farelo.
Importações chinesas
As importações de soja em grão pela China nos meses de janeiro e fevereiro somaram 13,04 milhões de toneladas, um recuo de 8,8% frente ao mesmo período do ano passado.
Este foi o menor patamar para o período em cinco anos, reflexo das fracas margens de esmagamento e menor chegada de navios em função do feriado de Ano Novo Lunar.