A comercialização do café no Brasil segue em ritmo acelerado, tanto para a safra 2023/24 quanto para a safra 2024/25 que se inicia.
Os produtores estão aproveitando os preços favoráveis no mercado internacional, impulsionados pela valorização do arábica na Bolsa de Nova York (ICE Futures US) e do robusta/conilon na Bolsa de Londres.
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Dados da Safras & Mercado indicam que, até o momento, 89% do café arábica já foi comercializado, superando os 87% do mesmo período do ano passado e a média de 5 anos de 88%. No caso do café conilon, a comercialização atingiu 96%, acima dos 91% do ano passado e da média de 5 anos de 92%.
Em números absolutos, isso significa que 58,65 milhões de sacas de café já foram vendidas, em um total de 58,65 milhões de sacas estimadas para a safra 2023/24.
Segundo o consultor da Safras, Gil Barabach, a recente valorização dos preços do café trouxe movimentação ao mercado físico interno brasileiro.
“Os produtores estão mais presentes na venda, aproveitando o momento favorável. O aumento dos preços tanto em NY quanto em Londres, aliado ao dólar acima de R$ 5, estimulou os vendedores e proporcionou maior liquidez às negociações. Muitos produtores estão adiantando suas vendas para garantir fluxo de caixa durante a colheita”, diz.
Barabach indica que a comercialização de conilon continua em ritmo acelerado, impulsionada pelo forte interesse externo.
“O preço ultrapassando a marca de R$ 1.000 a saca tem estimulado as vendas, reduzindo a disponibilidade e deixando pouco café na mão do produtor neste período de transição entre as safras 2023 e 2024 no Brasil”, afirma.
Safra 2024/25 de café
Já a comercialização antecipada da safra brasileira de café 2024/25 está em torno de 16% do potencial produtivo. Um percentual abaixo do normal para o período, que gira em torno de 23%, e abaixo da média para o período (24%). Barabach diz que o fluxo de negócios com a safra nova de café está ganhando intensidade, impulsionado pela significativa melhora nos preços.
“Embora ainda possa parecer estranho para alguns produtores aceitar um preço futuro abaixo do disponível, é evidente o que o salto nas cotações fez crescer a disposição em vender café da safra nova”, avalia.
As vendas de café arábica subiram para 19% do potencial da safra 2024, em comparação com os 25% do mesmo período do ano passado e a média dos últimos 5 anos, que é de 28%. O salto nos preços, que subiram mais de R$ 100 a saca desde o início de abril, tem acelerado as vendas.
Quanto ao café conilon, as vendas também estão ganhando ritmo e alcançam 9% da produção. Mesmo com o avanço, as vendas ainda estão abaixo do mesmo período do ano passado, quando 18% da produção estava negociada, e aquém da média dos últimos 5 anos, que é de 18%. “A relutância dos vendedores e a resistência da indústria de torrefação doméstica explicam esse comportamento”, aponta Barabach.