As inundações que assolam o Rio Grande do Sul têm deixado um rastro de desafios para os setores de avicultura e suinocultura do estado.
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Analistas de mercado apontam para uma situação preocupante, com indústrias paralisadas devido à falta de insumos e dificuldades logísticas causadas pelas condições das estradas bloqueadas pelas águas.
Fernando Iglesias, analista da Safras & Mercado, avalia que a situação é crítica.
“Observamos cerca de dez indústrias frigoríficas paradas, que não tiveram nenhum volume de abate desde a semana passada”, disse.
A interrupção nas atividades se deve à impossibilidade de transporte de animais para os frigoríficos e à falta de insumos nas granjas.
Com rodovias bloqueadas e inacessíveis, os problemas logísticos se intensificam.
Iglesias acredita que, com a iminente liberação das vias, os insumos começarão a chegar às granjas, permitindo uma retomada gradual das atividades.
No entanto, ele alerta que os danos materiais foram expressivos, afetando estruturas, animais e até mesmo o material genético em diversas regiões, especialmente no Vale do Taquari.
Allan Maia, outro analista da Safras & Mercado, compartilhou preocupações semelhantes sobre a suinocultura.
“Enfrentamos os mesmos obstáculos da avicultura, com insumos demorando a chegar às granjas e os animais não conseguindo ser transportados para o abate”, explicou Maia.
Ele alertou para o risco alimentar que o desabastecimento de insumos representa para os suínos, podendo afetar a saúde animal.
A recuperação total do setor ainda demandará tempo. Maia enfatiza que “não é algo tão simples assim” e que, mesmo a curto prazo, há preocupações com o abastecimento e a saúde dos animais.