Produtores rurais do Rio Grande do Sul atingidos pelas enchentes querem chamar a atenção para as significativas perdas e dívidas que vêm se acumulando no campo. Entre as reivindicações, pedem uma resposta urgente do governo federal aos pedidos encaminhados pelo setor produtivo.
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As perdas no território gaúcho são inestimáveis. As zonas rurais de 478 cidades sofreram os efeitos das chuvas e enchentes de forma rigorosa. São casas, estruturas de produção e muitas lavouras de grãos destruídas. Segundo a Emater-RS, foram 206 mil propriedades afetadas. Das lavouras de soja de Jovani Cerezer, na Fronteira Oeste, sobraram grãos podres.
O Rio Grande do Sul vem de três safras com estiagem e, neste ciclo, com enchentes. Produtores de grãos acumulam perdas significativas em culturas como soja e milho, e que também se refletem em outras cadeias produtivas como leite, gado de corte, aves e suínos. Descapitalizados e com dívidas acumuladas e já renegociadas em outros anos, os produtores querem medidas imediatas de socorro.
Por meio das redes sociais, cerca de 3 mil produtores se uniram para buscar ajuda. O grupo quer que o governo federal acate as medidas propostas em um documento protocolado pela Federação da Agricultura do Rio Grande do Sul (Farsul), que inclui os seguintes pontos:
- prorrogar todas as parcelas de custeio, investimento e comercialização, independente da fonte dos recursos;
- crédito para recuperar estruturas produtivas
- crédito de giro destinado a permitir a redução da alavancagem com credores,
- prazo de 15 parcelas anuais, podendo ser concedida carência das duas primeiras parcelas;
- juros seguindo a meta da inflação apontada pelo Conselho Monetário Nacional (CMN) dada ao Banco Central, que hoje está em 3% ao ano.
O movimento já conta com apoio de dezenas de municípios gaúchos, cinco estados, cooperativas e entidades do agro. A cobrança é para que seja dada uma resposta até o fim deste mês.