As oficinas de prevenção e combate a incêndios florestais da Defesa Civil do Estado de São Paulo contaram, neste ano, com a participação de 2 mil agentes de 450 municípios paulistas. Pela primeira vez, as atividades de controle de queimadas tiveram a participação de agricultores.
O objetivo da iniciativa, que integra a operação SP Sem Fogo, foi instruir os produtores rurais sobre as principais técnicas para evitar queimadas de grandes proporções no período de estiagem.
Entre abril e maio, o órgão realizou 15 capacitações em diferentes regiões do estado. Os treinamentos foram presenciais e cada etapa teve duração de dois dias.
Técnicas aprendidas
Uma das principais ações de prevenção de incêndios em vegetação abordada nos treinamentos foi a construção de aceiros: faixas em que se retira a vegetação para evitar a propagação do fogo em caso de queimadas. Os “buracos” são feitos com a ajuda de maquinário ou manualmente.
“Tenho uma propriedade que é um pouco vulnerável, porque fica na beira da rodovia. Então, temos que ficar atentos a esses eventos de incêndio. A gente procura manter aceiros e se preparar com alguns equipamentos que possam dar combate na hora do evento”, afirma o produtor rural Pedro Polizel, de Sorocaba, que participou de uma das oficinas.
Nos cursos, os participantes – que também englobam agentes de defesa civil municipais – aprendem sobre previsão meteorológica para o período de estiagem, planos de contingência, emissão de alertas e comunicação em desastres.
“Na hora do incêndio, a gente deve fazer comunicação com os órgãos do governo e também com os vizinhos. Gostei de saber que a estrutura da Defesa Civil é bem organizada, com tudo muito bem aparelhado. Nessa época difícil de seca, a gente fica atento para que não aconteça um evento maior. Todos os produtores deveriam participar”, relata Polizel.
Equipamentos para o combate às queimadas
Durante as atividades, os agentes da Defesa Civil passam dicas e instruções sobre como utilizar os equipamentos de primeiro combate ao fogo, como abafadores e mochilas costais. A atividade é importante já que, em muitos casos, incêndios ganham grandes proporções por não haver um combate inicial adequado.
“Tivemos um exercício muito interessante com o uso do abafador, para combater o início do fogo em áreas mais baixas de capim, que pode propagar até chegar na floresta. Tem também o pulverizador costal. Vários agricultores têm esse material e podem adaptar para fazer esse primeiro combate. Há também os cuidados com a segurança, o risco para quem está fazendo esse combate. Foram muitas instruções e achei bastante positivo”, afirma o agricultor Rodolfo Vilela.