Produtores da Região Sul do país estão na expectativa do Plano Safra 24/25, cuja divulgação está prevista para a próxima semana, especialmente no que se refere ao montante que vai ser liberado, e como será a equalização das taxas de juros. Com a crise climática que atingiu o Rio Grande do Sul, recursos para o seguro rural devem ser revistos.
As propostas para o novo Plano Safra foram enviadas pelo Paraná no início do mês de março. Para a Federação da Agricultura do estado, a Faep, a taxa de juros é um dos pontos que mais preocupam o produtor e perante a isso, a entidade solicitou um teto de 9% ao ano, em algumas linhas de investimento.
“A equalização de juros demanda dinheiro. No passado em torno de 13 bilhões foram empregados nisso, este ano este valor teria que subir para pelo menos 20 bilhões. Este é o grande ponto que a equipe econômica precisa aprovar. Temos visto cifras muito robustas para o crédito, mas a taxa de juros é o grande limitante para o produtor’, explica Ana Paula Kowalski, engenheira agrônoma do departamento técnico e econômico do Sistema Faep/Senar.
O presidente da Fetaep, Federação dos Trabalhadores Rurais Agricultores Familiares do Paraná, Alexandre Leal dos Santos, conta que a expectativa desta categoria de produtores está mais voltada para criação de uma securitização ou um fundo de aval que garanta o pagamento de empréstimos feitos em linhas de créditos não oficiais, com juros de 2% ao mês.
Com o cenário devastador da agropecuária gaúcha, as entidades do setor defendem mais recursos para as linhas de investimento e para o seguro rural, o Paraná por exemplo, solicitou na proposta encaminhada ao governo federal em maio, 2,5 bilhões de reais (seguro).
“Os R$ 71,6 bilhões do ano agrícola (montante total) que está vigente foram insuficientes, especialmente para linhas de investimento. O nosso pedido é que chegasse em R$ 90 bilhões. Por hora, sabemos também que o novo cenário do Rio Grande do Sul vai demandar mais investimento para reconstrução do estado e isso está sendo considerado”, disse Alexandre Santos.
Para o presidente Cresol, cooperativa de crédito com foco na agricultura familiar, e em projetos de pequeno e médio porte, Alzimiro Tomé, a expectativa é de que sejam anunciados recursos suficientes para investimentos, e depois custeio, principais demandas em sua opinião, nesta ordem. Ele conta que o número de contratos cresceu em 25% em 23/24 em empresas, e 30% para pessoa física.
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