MÁXIMA PRODUTIVIDADE

Campeão do Cesb teve consumo de defensivos 50% menor que a média do Sul

Economia de água, qualidade do solo e retorno do investimento também chamam a atenção na produção do vencedor do concurso

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Foto: Renan Senra/CESB

O 16º Desafio Nacional de Máxima Produtividade de Soja do Comitê Estratégico Soja Brasil (Cesb) elegeu nesta quinta-feira (4) o produtor Karl Milla e o consultor Rafael Managó como os vencedores. Além do alto índice produtivo, eles conseguiram economizar insumos na área campeã (de 2,5067 hectares).

Os dois alcançaram a impressionante marca de 138,95 sacas do grão por hectare no talhão auditado, localizado na Fazenda Mariedda, em Candói, no Paraná. Por lá, choveu 933 mm ao longo do ciclo (133 dias), sendo 591 mm no período vegetativo e 342 mm no reprodutivo.

Contudo, além da contribuição climática, a eficiência agrícola foi o grande diferencial. Exemplo disso foram as raízes da planta de soja encontradas em 90 cm de profundidade e solo que proporcionou o crescimento radicular sem impedimentos físicos ou químicos.

De acordo com o engenheiro agrônomo e membro fundador do Cesb, Ricardo Balardin, a sucessão de culturas desenvolvidas na fazenda demonstra o respeito ao solo. Veja os detalhes:

safras anteriores CESB

Além da tradicional entrega dos prêmios aos campeões de produtividade, esta edição do concurso contou com uma novidade: o Troféu de Máxima Ecoeficiência. A honraria foi entregue a cada um dos produtores, incluindo os regionais e o da categoria irrigada, em reconhecimento ao desempenho ambiental de suas lavouras inscritas.

Desempenho ambiental e econômico

O custo total de produção da área vencedora do concurso foi de R$ 7.702,07 por hectare. Os principais investimentos foram em defensivos (44,68%) e em corretivos e fertilizantes (27,41%). A receita líquida obtida pelo produtor foi de R$ 10.048,79. Assim, observa-se retorno de R$ 1,30 a cada real investido.

O pesquisador e membro fundador do Cesb, Decio Luiz Gazzoni, detalhou que ao comparar o vencedor nacional com a média dos resultados alcançados pelos sojicultores de sua região, ou seja, o Sul do país, é possível notar que o produtor alcançou produtividade de soja 34% superior.

“Além disso, o campeão teve consumo de defensivos 50% menor que a média da região, além de ter usado 68% menos água. Esses índices caracterizam o melhor desempenho econômico e ambiental do produtor”, afirmou.

A fazenda com a produção campeã do Desafio Nacional de Máxima Produtividade de Soja possui 5.681,72 hectares. A área destinada à oleaginosa é de 1509,09 hectares e foi semeada em 21 de outubro de 2023. A população de plantas obtidas foi de 313.200 plantas por hectare.

O alto desempenho do talhão inscrito no concurso não é exceção: toda a propriedade conseguiu índices muito acima da média nacional, com 93,75 sacas por hectare, considerando que nesta safra o rendimento do país foi de 53,4 sacas, conforme o último levantamento da Conab.