Hoje, 15 de julho, é o Dia do Pecuarista. Para celebrar, ao longo desta semana, será exibida a série de reportagens “Pecuária 4.0“. O especial aborda temas como mercado do boi gordo, confinamento no país, sustentabilidade, exemplos de sucesso na gestão do rebanho e evolução da genética bovina. No primeiro capítulo, é abordada a importância econômica da atividade e as projeções para o setor.
O Brasil, com mais de 8,5 milhões de quilômetros quadrados, é um país vocacionado à produção de alimentos. O último censo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) revela que o rebanho bovino (234,4 milhões de cabeças) ultrapassa o número de habitantes (203,1 milhões). Em 2023, a pecuária representou 75% da carne bovina consumida internamente, enquanto 25% foram exportados, principalmente para China, Estados Unidos e Chile.
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O pesquisador do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), Thiago Bernardino de Carvalho, destaca que 2023 foi marcado pela maior produção histórica de carne bovina no Brasil, atingindo 8,91 milhões de toneladas, um aumento de 11,2% em relação ao ano anterior. Entretanto, esse excedente de produção pressionou as cotações do boi gordo, que recuaram cerca de 12%.
Para 2024, as perspectivas seguem desafiadoras. O criador Mário Mascarenhas, do oeste baiano, aponta que a tendência de queda nos preços ainda persiste, afetando a rentabilidade dos produtores. Contudo, especialistas esperam que o setor comece a se recuperar no próximo ano, com uma possível elevação das cotações.
Desde 2019, a pecuária brasileira tem passado por mudanças significativas, impulsionadas por investimentos em infraestrutura e maior demanda externa. Essa profissionalização é refletida nas palavras de Thiago Bernardino de Carvalho, que menciona a importância do manejo de pasto e das fazendas mais estruturadas.
Douglas Coelho, sócio da Radar Investimentos, destaca que, apesar dos desafios, a confiança na qualidade dos produtos brasileiros cresce, conquistando cada vez mais espaço no mercado global. O secretário de Comércio e Relações Internacionais do Ministério da Agricultura, Roberto Perosa, reforça que o foco atual é agregar valor à produção brasileira, ampliando sua presença internacional.