A tensão segue em alta no oeste do Paraná, com o aumento de conflitos envolvendo ocupações de propriedades rurais nas cidades de Guaíra e Terra Roxa. A situação deixou os proprietários de terras da região em alerta, especialmente após recentes episódios de violência. Em uma das ocorrências mais graves, um grupo de indígenas ateou fogo em cinco hectares de uma propriedade, atingindo, inclusive, uma área de reserva legal.
Na última sexta-feira (6), a Fazenda Brilhante, localizada em Terra Roxa, foi palco de outro confronto entre invasores e a Força Nacional. Durante o embate, os indígenas avançaram sobre os policiais, armados com arcos, flechas e outras armas, chegando a capturar o fuzil de um dos agentes, que ficou ferido. As imagens do confronto mostram os policiais recuando enquanto os invasores avançam.
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Em Guaíra, uma área de 75 hectares foi ocupada por um grupo autodenominado indígena desde o dia 17 de julho. No final de agosto, moradores do bairro Eletrosul também invadiram parte da propriedade, temendo que os indígenas se aproximassem da região. A família proprietária obteve, por meio da Justiça, uma ordem de reintegração de posse, mas até o momento nada foi feito para cumprir a decisão.
Rodrigo e Henrique Triches, proprietários de uma das áreas invadidas, relatam os danos causados pela ocupação. “Eles desmatam, cortam as árvores e botam fogo. Recentemente, incendiaram cerca de cinco hectares da nossa propriedade, incluindo a área de reserva“, afirmaram. Segundo eles, a invasão impede a continuidade do trabalho na terra, já que os invasores não permitem o uso de maquinário para o preparo do solo.
Além dos conflitos, os incêndios na região têm agravado a situação, prejudicando o solo e afetando a produção agrícola. “Estamos perdendo prazo. Isso interfere diretamente na nossa capacidade de produção, e a mata ciliar terá que ser replantada“, lamentaram os proprietários.
Diante do agravamento da situação, a Federação da Agricultura do Estado do Paraná anunciou o envio de um pedido de audiência ao ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, para exigir medidas mais enérgicas do governo federal para resolver os conflitos na região.