O Departamento de Economia Rural (Deral), da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Paraná (Seab) reportou incorretamente uma informação distribuída em notícia da última sexta-feira (27). Produtores de trigo paranaenses devem enfrentar um prejuízo estimado em cerca de R$ 1,3 bilhão com as perdas da safra, e não de R$ 3 bilhões, como havia sido informado anteriormente.
O Deral, da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Paraná (Seab), revisou para baixo as estimativas da safra 2023/24 de trigo, projetando uma quebra de 32% na produção, cuja colheita está em andamento no estado. A nova previsão indica que a colheita deve totalizar 2,58 milhões de toneladas, uma redução significativa em relação ao potencial inicial de 3,8 milhões de toneladas.
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As perdas, que somam 1,2 milhão de toneladas, são atribuídas à seca severa e às geadas que atingiram o estado durante o inverno.
Segundo o analista da cultura no Deral, Hugo Godinho, a estiagem afetou de forma mais intensa as lavouras no norte do Paraná, onde a colheita já está em andamento.
Com isso, os produtores de trigo paranaenses devem enfrentar um prejuízo estimado em cerca de R$ 1,3 bilhão, mesmo considerando os preços anteriores ao início dos problemas climáticos. O valor pode ser parcialmente compensado pelos contratos de seguro, mas a situação ainda é preocupante para os triticultores.
A colheita de trigo no Paraná atingiu 50% da área semeada, que foi de 1.149,6 mil hectares na safra 2023/24, uma redução de 19% em relação à safra 2022/23, que teve 1.415,5 mil hectares. As projeções para a área de trigo na safra 2024/25 ainda não foram definidas.
A produção de cevada teve igualmente impacto das condições climáticas, com uma redução de 14% na estimativa, agora prevista em 291 mil toneladas. Já a aveia deve registrar uma queda de 26%, embora o Deral acredite que esses números possam ser reavaliados à medida que a colheita avance.
Safra 2024/25
O Deral informou, no relatório mensal, que manteve as estimativas de produção para a safra 2024/25 no Paraná, projetando 22,4 milhões de toneladas de soja e 2,6 milhões de toneladas de milho.
A área destinada ao plantio da soja permanece em 5,81 milhões de hectares, enquanto a área do milho segue como a menor já registrada, com 257 mil hectares, representando uma redução de 13% em relação à safra anterior.
O plantio da primeira safra de milho já alcançou 60% da área prevista, com as regiões de Ponta Grossa e Guarapuava liderando os trabalhos, atingindo 85% e 70% do plantio, respectivamente.
A produtividade média do milho está projetada em 10.112 kg/ha, um leve aumento em relação à estimativa de agosto e superior aos 8.575 kg/ha registrados na safra anterior.
Para a soja, cerca de 600 mil hectares já foram semeados, representando 10% da área total, impulsionados por condições climáticas favoráveis. A produtividade esperada de 3.858 kg/ha permanece praticamente inalterada em relação à previsão anterior de 3.847 kg/ha, consolidando a projeção de 22,4 milhões de toneladas, um aumento de 21% em relação à safra anterior.
A região sul do estado continua como a principal produtora de soja, com previsão de plantar 1,67 milhão de hectares, equivalente a 28,7% do total do Paraná, seguida pela região norte, com 1,48 milhão de hectares (25,4%).