Com 40 anos de operação, Usina Hidrelétrica Itaipu Binacional é protagonista quando o assunto é transição energética, e referência em produção de energia limpa e renovável. Estes são os temas principais que devem ser debatidos durante as reuniões preparatórias para o G20, quem acontecem em Foz do Iguaçu nesta semana.
Responsável por produzir 10% da energia consumida no Brasil e 88% do Paraguai, a usina já preservou mais de 100 mil hectares de mata atlântica. Só nos últimos 30 anos, estima-se que o local ajudou a recuperar cerca de 30% do bioma em áreas florestais do Paraná. O território de uma das maiores hidrelétricas do mundo abrange 434 municípios sendo 399 deles no Paraná e 35 municípios no Mato Grosso do Sul.
E para a produção agrícola dos municípios que cercam Itaipu, a usina é parceira quando o assunto é sustentabilidade. Enio Verri, diretor geral brasileiro da Itaipu, dá destaque a isso: “a usina criou no ano passado uma política chamada “Itaipu mais que energia” e com investimentos bastante altos em políticas de sustentabilidade em nosso território”.
Os principais temas que serão debatidos nesta fase de reuniões ministeriais de transição energética do G20 são: a transição energética justa e inclusiva, as perspectivas de inovação de combustíveis sustentáveis e ainda como acelerar os processos de financiamento dessas mudanças estruturais.
Rodrigo Meneguette, superintendente de energias renováveis da Itaipu Binacional, explica que a usina tem buscado sempre a inovação e que sempre é um desafio: “Muitas empresas não estão dispostas a correr este risco de assumir um projeto piloto, que por vezes não tem a viabilidade econômica num primeiro momento. Mas e aí? Se ninguém der este passo, quem dará? E a Itaipu, dado todo esse histórico de ações de meio ambiente, entende que é papel dela dentro do governo federal, dar estes primeiros passos com os projetos”.
O Parquetec da Itaipu por exemplo, conta com instituições científicas de tecnologia e inovação. Uma delas trabalha com o biogás, gerado a partir de dejetos das atividades agropecuárias, além de iniciativas para transformá-lo em petróleo sintético renovável e a geração de biometano, a partir de resíduos orgânicos da própria hidrelétrica.
“Tem o Cibiogás por exemplo, que a Itaipu ajudou a fundar e hoje caminha com suas próprias pernas”, ressalta a chefe do escritório de Brasília da Itaipu, Lígia Leite Soares.