MADE IN CHAPADA

Café da Chapada Diamantina conquista Indicação Geográfica

Pedido de registro foi feito pela Aliança dos Cafeicultores da Chapada Diamantina em dezembro de 2022

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Foto: Divulgação/Seagri

No centro da Bahia, a Chapada Diamantina agora tem um novo título, importante para os produtores de café. Reconhecida mundialmente por suas belezas naturais, o café produzido nessa região montanhosa da Bahia recebeu Indicação Geográfica (IG), na modalidade Denominação de Origem (DO), a primeira do estado.

O pedido de registro foi realizado pela Aliança dos Cafeicultores da Chapada Diamantina em 14 dezembro de 2022 e o reconhecimento publicado pelo Instituto Nacional da Propriedade Industrial (Inpi), na Revista da Propriedade Industrial (RPI), nesta terça-feira (15).

Com esse registro, o instituto chega a 130 IGs reconhecidas no Brasil, sendo 91 IPs (todas nacionais) e 39 DOs (29 nacionais e 10 estrangeiras).

De acordo com o Inpi, segundo o estudo “Café da Chapada Diamantina, Bahia: qualidade da bebida e relações com o meio ambiente”, da Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia (UESB), o manejo pós-colheita e o saber-fazer local são as variáveis humanas relacionadas com a qualidade do café.

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Piatã, município mais alto da Bahia e do Nordeste, é também conhecido pela produção de café | Imagem: Reprodução/YouTube/Luiz Silva Drone

Observa-se que, na Chapada Diamantina, quase toda a colheita é realizada de forma manual. Ainda de acordo com o estudo da UESB, as variáveis ambientais que apresentaram influência sobre a bebida foram a altitude, a temperatura e a orientação da encosta em que o cafezal se desenvolve.

Além disso, em estudo conduzido pela Universidade Federal da Bahia (UFBA), a análise química demonstrou maiores teores de ácidos orgânicos e clorogênicos e, principalmente, de lipídeos, nos cafés da Chapada Diamantina, demonstrando um perfil químico característico, que os distingue de amostras provenientes de outras regiões da Bahia e do Brasil.

Características

O Inpi informou ainda que quanto aos aspectos humanos da produção, foi demonstrada a adaptação de técnicas tradicionais de secagem do café, por meio da cobertura dos terreiros, protegendo-o das intempéries, mas mantendo a circulação do ar pelas laterais.

Essa técnica local influencia na qualidade final do produto. O cenário apresentado, fruto da conjunção de fatores naturais e humanos, é essencial para que o café da Chapada Diamantina seja caracterizado como uma bebida encorpada, adocicada, com acidez cítrica, notas de nozes e chocolate, além de final prolongado.

De acordo com a Secretaria da Agricultura, Pecuária, Irrigação, Pesca e Aquicultura da Bahia (Seagri), os grãos de cafés dessa região, são da espécie Coffea arábica L., processados ​​por via seca (natural) que frequentemente atingem resultados superiores a 85 pontos na metodologia da Specialty Coffee Association (SCA), competindo de igual para igual com os melhores cafés colombianos e etíopes.

Abrangência

A DO “Chapada Diamantina” abrange 24 municípios da Mesorregião Centro-Sul Baiano: Abaíra, Andaraí, Barra da Estiva, Boninal, Bonito, Ibicoara, Ibitiara, Iramaia, Iraquara, Itaeté, Jussiape, Lençóis, Marcionílio Souza, Morro do Chapéu, Mucugê, Nova Redenção, Novo Horizonte, Palmeiras, Piatã, Rio de Contas, Seabra, Souto Soares, Utinga e Wagner.

“Essa conquista é um orgulho para a Bahia e um reconhecimento ao trabalho incansável dos cafeicultores da Chapada Diamantina”, comemorou o secretário da Agricultura da Bahia, Wallison Tum.


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