O agronegócio brasileiro continua a mostrar força como um dos principais motores da economia nacional, empregando um recorde de 8,6 milhões de pessoas no segundo trimestre deste ano, conforme o boletim “Mercado de Trabalho Do Agronegócio Brasileiro”, elaborado pelo Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) em parceria com a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA).
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Com esse cenário positivo, o Guia Salarial de Agro 2024, lançado pela Fox Human Capital, traz uma análise detalhada das médias salariais e das principais tendências de contratação no setor.
Crescimento em gestão e governança
De acordo com o guia, a demanda por profissionais qualificados em áreas de gestão e governança está em alta. Ana Carolina Cavalcanti, gerente da Fox Agro, destaca que “ao longo de 2024, a gestão e a governança se tornaram cada vez mais valorizadas no agronegócio. Áreas como suprimentos, comercial e financeira, diretamente ligadas a esses temas, têm sido as mais demandadas.”
Cargos como Diretor de Operações podem receber salários de até R$ 60 mil, especialmente em grandes empresas agroindustriais. Já o Diretor Financeiro, essencial para a governança corporativa, pode ter remunerações que variam entre R$ 35 mil e R$ 55 mil, dependendo da região e do porte da empresa.
Expectativas de contratação e remuneração
O guia também revela que a área comercial se mantém aquecida, independentemente das flutuações no mercado. Henrique Dallo, headhunter da Fox Agro, reforça que, apesar dos desafios que o setor enfrenta em 2024, como baixos estoques e queda nos preços das commodities, a demanda por profissionais na área comercial continua forte. “A área comercial é a única que sempre tem demanda, independentemente do momento e segmento”, explica Dallo.
Cargos de Gerente Comercial, por exemplo, podem receber entre R$ 25 mil e R$ 40 mil, com maiores ofertas nas regiões Centro-Oeste e Sudeste, que são polos de grandes operações agrícolas. Já o Gerente de Suprimentos pode alcançar salários de R$ 30 mil, refletindo a importância estratégica dessa função no controle e gestão de insumos.
Desafios regionais e subsegmentos
Além de mapear a média salarial nacional, o guia traz uma análise regional, mostrando que as regiões Centro-Oeste, Sul e Sudeste têm maior expressividade nos volumes salariais, enquanto estados como Tocantins e Pará se destacam no Norte e Nordeste. Ana Carolina Cavalcanti ressalta que “as médias salariais apresentadas retratam uma visão nacional, mas sabemos que a remuneração pode variar de estado para estado e de subsegmento dentro do agronegócio.”
Por exemplo, um Diretor de Produção no Mato Grosso pode receber até R$ 55 mil, enquanto no Sul, essa função pode variar de R$ 35 mil a R$ 45 mil, refletindo as diferentes realidades econômicas e produtivas de cada região.
Perspectivas para o futuro
Com as tendências de crescimento e inovação no setor, o agronegócio brasileiro deve continuar a expandir suas oportunidades de contratação e valorização salarial. Cargos relacionados à sustentabilidade e inovação tecnológica também estão em alta, com salários que podem chegar a R$ 40 mil para líderes de projetos nessas áreas.
A capacidade de adaptação às novas exigências de governança e sustentabilidade, aliada ao investimento em inovação, será fundamental para o desenvolvimento contínuo do setor.