Tudo começou com o café. A trajetória de Paulo Dalto Neto, produtor de soja na Fazenda Chapada do Céu, no Piauí, é marcada pela busca constante por inovação. Natural de Cambé, cidade do Paraná, ele cresceu em uma família de cafeeiros, mas foi a geada de 1975 que, de forma inesperada, o levou a trilhar um novo caminho: a soja.
“Eu costumo dizer que nasci debaixo de um pé de café. Mas, quando a geada destruiu nossa produção, foi aí que meu tio me ensinou a plantar soja, e desde então comecei a trabalhar com o grão”, conta.
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A transição para a soja
Após o desastre causado pela geada, Paulo Dalto Neto e sua família começaram a plantar soja em terras arrendadas no Paraná, em 1976. Foi em 1982 que uma nova oportunidade surgiu.
“Fomos para Goiás em 1984, arrendamos terras e ficamos por lá cerca de 12 anos. Plantávamos soja em áreas arrendadas, mas a chance de comprar terras no Piauí apareceu, e viemos conferir,” conta Paulo.
Ao conhecer o estado, ele viu o potencial da região e decidiu investir na compra de terras em Sebastião Leal, no sul do Piauí, onde está localizada a Fazenda Chapada do Céu.
Fazenda Chapada do Céu e a tecnologia
Hoje, a Fazenda Chapada do Céu é um exemplo de agricultura moderna e sustentável no Piauí. Paulo Dalto Neto afirma que 70% da área já está plantada e que as chuvas têm sido regulares para a região. Ele acredita que a tecnologia desempenhou um papel importante no crescimento da propriedade, permitindo a adoção de práticas mais eficientes e sustentáveis.
“As máquinas hoje são de última geração. No sul do Piauí, temos tratores e colheitadeiras tão avançados que fazem o trabalho praticamente sozinhas. O operador só precisa monitorar”, afirma Paulo.
Com o uso de máquinas altamente automatizadas, o conforto e a eficiência para os trabalhadores são notáveis. “As máquinas têm um nível de automação tão alto que o operador mal precisa interagir com elas. Se quiser, pode até colocar um saco de areia no banco, e elas vão continuar trabalhando o dia todo”, brinca o produtor.
No entanto, ele enfatiza que, apesar do avanço tecnológico, o manejo responsável é essencial. “É muito importante não exagerar no uso de insumos. Fazemos a análise do solo anualmente para entender o que ele precisa. A partir dessa análise, ajustamos o uso de fertilizantes, potássio e outros nutrientes, evitando o desequilíbrio e a degradação”, explica.
Ele também destaca a importância de práticas que ajudem a manter a saúde do solo e reduzir riscos ambientais. “Aqui na fazenda, adotamos técnicas como o cultivo de capim brachiaria que ajuda a proteger o solo. Mesmo enfrentando períodos de seca, conseguimos manter a produtividade com menos impacto ambiental.”
Sustentabilidade e biológicos
A Fazenda Chapada do Céu também é pioneira na adoção de práticas sustentáveis e biológicas no manejo das lavouras. O que tem nos ajudado no plantio é a fábrica de biológicos que temos na fazenda. São produtos naturais, como se fosse ‘iogurte’ para as plantas, que ajudam no controle de doenças e no desenvolvimento das lavouras,” explica Paulo.
A produção de biológicos na fazenda é uma das inovações que o produtor tem investido, contribuindo para o controle de pragas e doenças de maneira mais ecológica, sem depender tanto de produtos químicos. A sustentabilidade tem sido uma das marcas registradas da Fazenda Chapada do Céu, e a inovação é vista como fundamental para o futuro da agricultura.
Piauí: terra de oportunidades
O produtor é otimista quanto ao futuro da agricultura no Piauí, especialmente no sul do estado. “O Piauí ainda tem terras com preços muito acessíveis, principalmente nas áreas de fronteira. Mas é o agricultor quem vai valorizar a terra, investindo nela com boas práticas agrícolas e usando tecnologias,” afirma.
Com uma visão voltada para o futuro, Paulo acredita que a chave para o sucesso na agricultura está na adaptação às mudanças e no uso inteligente da tecnologia. “A tecnologia, a sustentabilidade e a adaptação às mudanças climáticas são os principais fatores que irão definir o futuro da agricultura no Brasil e no Piauí. Estamos preparados para seguir investindo e garantindo que a nossa produção seja cada vez mais eficiente e sustentável,” conclui Paulo Dalto Neto.