O governo federal aposta em uma força-tarefa com aproximadamente 60 obras para mitigar os problemas do escoamento de grãos no país, incluindo pavimentação de rodovias e concessões ferroviárias. A ideia é que isso possa ter um impacto na redução no preços dos alimentos. Para o diretor-executivo do Movimento Pró-Logística de Mato Grosso, Edeon Vaz, o investimento em infraestrutura tem resultados apenas em médio e longo prazos. “Obras rodoviárias e ferroviárias não reduzem os preços imediatamente, mas evitam que aumentem no futuro”, disse.
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A dependência do transporte rodoviário também agrava a volatilidade nos custos de frete. “Se há muita carga e poucos caminhões, o preço do frete sobe, e vice-versa. É a lei do mercado”, afirmou Vaz.
O diretor reforçou que a alta dos custos no início da safra é comum e que intervenções, como redução de impostos sobre o diesel e insumos, poderiam ter impacto mais imediato nos preços.
Obras paralisadas e entraves ambientais
Vaz criticou a lentidão na execução de obras essenciais devido a questões como o licenciamento ambiental. “Em Mato Grosso, a BR-242, que conecta Santiago do Norte a Querência, está há 15 anos em processo de pavimentação. O licenciamento ambiental é o nosso grande calcanhar de Aquiles”, afirmou.
Segundo ele, a solução exige vontade política e respeito ao Código Florestal, que já é um dos mais restritivos do mundo.
Vaz destacou que a infraestrutura brasileira sempre esteve defasada em relação à expansão agrícola. “Os produtores desbravaram o Cerrado e começaram a produzir antes que a infraestrutura chegasse. Ainda hoje, rodovias estruturantes não acompanham o ritmo do agronegócio”, disse.
O escoamento de grãos em Mato Grosso, por exemplo, maior estado produtor do Brasil, enfrenta desafios históricos, agravados pelo início da colheita da safra 2024/2025. Segundo Vaz, as dificuldades refletem a disparidade entre o crescimento do agronegócio e a evolução da infraestrutura de transporte no país.
Soluções e perspectivas
Para Vaz, a logística no Brasil só será efetivamente resolvida com políticas de longo prazo, maior eficiência na execução de projetos e um debate realista sobre licenciamento ambiental.
No curto prazo, ele sugere medidas como desoneração de impostos sobre combustíveis e componentes essenciais para reduzir custos logísticos.