DESENVOLVIMENTO E PESQUISA

Pesquisa sobre a reprodução do pirarucu pode revolucionar a aquicultura

Pesquisa inédita viabiliza reprodução artificial da espécie, garantindo oferta de alevinos e fortalecendo o setor produtivo

Pirarucu; peixes
Foto: Simone Yokoyama Oliveira/Embrapa

Pesquisadores da Embrapa Pesca e Aquicultura (TO) alcançaram um marco na reprodução artificial do pirarucu (Arapaima gigas), espécie amazônica valorizada pela gastronomia e moda. Pela primeira vez, foi possível coletar e analisar o sêmen do peixe, passo essencial para consolidar um protocolo de reprodução em cativeiro e garantir oferta contínua de alevinos.

O avanço é fruto de nove anos de pesquisa no âmbito do projeto internacional Aquavitae e já traz impactos para piscicultores. Com a técnica de sexagem por canulação, produtores aumentaram a taxa de reprodução de duas para até sete por casal ao ano.

A pesquisa descreve pela primeira vez as células espermáticas da espécie. Os pesquisadores da Embrapa desenvolveram métodos para identificar o sexo e coletar sêmen do peixe, feitos que não eram factíveis há poucos anos.

O método já permitiu que piscicultor obtivesse até sete reproduções por ano, em vez de duas, após a adoção da técnica.

O próximo desafio dos cientistas é aprimorar a fertilização artificial e desenvolver um método de criopreservação do sêmen, possibilitando maior controle reprodutivo da espécie. Ainda no âmbito da Criopreservação, os pesquisadores pretendem avançar com a domesticação completa do pirarucu.

O estudo foi publicado na revista científica Fishes e representa um avanço para a aquicultura sustentável no Brasil.

*Com informações da Agência Embrapa de Notícias