CONSEQUÊNCIAS

Até quando o La Niña deve durar e quais impactos ele ainda pode causar no Brasil?

Fenômeno climático reduz chuva no Sul do país e aumenta nas regiões Norte e Nordeste. Saiba o que ainda está por vir

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Foto: Pixabay

O planeta já está sob o efeito do La Niña, conforme anunciado pela National Oceanic and Atmospheric Administration (NOAA – Administração Oceânica e Atmosférica Nacional) em janeiro deste ano.

O fenômeno climático caracteriza-se pelo resfriamento anômalo das águas do Oceano Pacífico Equatorial. Assim, cabem as perguntas: como ele impacta o Brasil e até quando deve durar?

A meteorologista do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) Danielle Ferreira, explica que, em anos de La Niña, observa-se a redução das chuvas na Região Sul do Brasil, tanto na quantidade, quanto na frequência, havendo possibilidade de períodos longos sem precipitações.

No entanto, não é somente no Sul brasileiro que o La Niña tem forte impacto. Na faixa norte das regiões Norte e Nordeste do Brasil ocorre o inverso: o excesso de chuva, o que vem acontecendo atualmente em grande parte dessas áreas, com constantes avisos laranja de perigo para chuvas intensas.

“As frentes frias passam mais rapidamente sobre a parte leste da Região Sul e acabam levando mais chuvas para a Região Sudeste, podendo chegar até parte do litoral nordestino. Esse comportamento típico nem sempre ocorre, pois é necessário considerar também outros fatores como a temperatura do Oceano Atlântico (Tropical e Sudeste da América do Sul), que também pode atenuar ou intensificar os impactos do fenômeno”, afirma a meteorologista.

Até quando o La Niña vai durar?

Para os próximos meses (primeiro trimestre de 2025), são esperadas temperaturas acima da média em grande parte do território brasileiro e chuvas mais concentradas nas Regiões Norte, Centro-Oeste e áreas do norte e oeste da Região Nordeste, conforme Danielle.

A forma como tem impactado as regiões brasileiros leva à resposta da segunda pergunta. A profissional do Inmet conta que os modelos climáticos da NOAA apontam que o La Niña tem 59% de probabilidade de persistir durante os meses de fevereiro, março e abril deste ano.