Existe a possibilidade de redução da área plantada de milho safrinha devido ao alto custo da ureia e do diesel. Por conta disso, o plantio está em ritmo mais lento, aponta a plataforma Grão Direto.
Assim, mesmo com a entrada do cereal no mercado, os preços seguiram em alta. Soma-se a isso a dúvida a respeito das linhas de crédito financiadas pelo próximo Plano Safra, o que também impulsionou as cotações do grão para cima ao longo dos últimos dias.
Em Chicago, o milho encerrou a semana cotado a US$ 4,90 por bushel, queda de 1,21%. Já no Brasil, na B3, o contrato de milho para março de 2025 registrou alta expressiva de 5,48%, encerrando a R$ 85,10 por saca.
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No mercado físico, os preços do milho reagiram positivamente acompanhando a valorização na B3, especialmente nas regiões produtoras com demanda aquecida.
E agora, o que esperar do mercado do milho
Analistas da Grão Direto enumeram as tendências para o mercado desta semana. Acompanhe:
- Plantio do milho safrinha: de acordo com o Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea), a semeadura do milho segunda safra em Mato Grosso atingiu a média dos últimos cinco anos, favorecida pela redução das chuvas no Centro-Oeste. No entanto, a Companhia Nacional de Abastecimento aponta que esse índica ainda está 12,7% atrás em relação à safra passada. Embora as condições hídricas sejam favoráveis, o atraso no plantio pode resultar em colheita tardia e menor oferta, o que tem pressionado os preços. A produção do milho primeira safra ficou dentro do esperado (26 milhões de toneladas), mas o atraso na segunda safra mantém a tendência de alta para o cereal.
- Demanda aquecida: os preços do frango congelado e resfriado em São Paulo subiram nas últimas semanas, acompanhados pela alta do suíno vivo no Sudeste e Sul. Com a inflação dos alimentos, a população tem migrado para proteínas mais acessíveis, sustentando a demanda pelo milho. Além disso, as usinas de etanol de milho continuam alterando a dinâmica do mercado interno, influenciando a formação de preços do cereal e contribuindo para a tendência de alta nas próximas semanas.
- Exportações: embora ainda seja cedo para definir o volume de exportação do milho brasileiro, dois fatores merecem atenção: a forte demanda interna, que pode tornar o mercado doméstico mais competitivo que a paridade de exportação; o atrito comercial entre México e Estados Unidos, visto que os mexicanos são o maior comprador do milho norte-americano (38% da produção) e podem redirecionar parte de sua demanda para Brasil e Argentina, fator que favoreceria a valorização do cereal no segundo semestre.
Com esses fatores em mente, a Grão Direto aposta na continuidade do cenário otimista para o milho, porém, às custas de um mercado fragmentado e incerto.