Por sua vez, Eduardo Buzzi, presidente da Federação Agrária, uma das entidades que organizaram o protesto, afirmou que a greve “não vai afetar a sociedade” e garantiu que “não vai além” da próxima quarta, dia 8.
? Esta ação não pode provocar que as estradas sejam bloqueadas, que faltem alimentos e que haja insegurança ? disse o dirigente, que, em declarações à Radio Mitre, afirmou que a greve “tem mais a ver com simbolismo do que com afetar a sociedade”.
Desde sexta, dia 3, os trabalhadores rurais não enviam gado bovino aos mercados nem grãos às indústrias ou aos portos de exportação, uma tentativa de pressionar o governo em uma das principais fontes de arrecadação tributária: a venda de matérias-primas ao Exterior.
A greve representa o retorno aos protestos agropecuários após uma trégua obtida em julho, depois que o Parlamento rejeitou o esquema de impostos móveis às exportações de grãos que originou a briga com o Executivo em março.
Apesar de, desde então, os impostos terem voltado a ser aplicados sob uma taxa fixa, os produtores asseguram que sua situação é pior à que viviam em março devido ao aumento de custos, à redução dos preços internacionais dos grãos e a uma seca que muitos consideram a mais grave do último século.
O secretário de Agricultura disse que o objetivo do governo é “apostar no diálogo” com os representantes do campo, mas ressaltou que, “quando alguém pretende que em uma só reunião se esgotem todos os temas, é muito difícil chegar a um acordo”.
? Estamos trabalhando há um tempo na busca de medidas que levem a uma produção muito maior. As propostas já estão formuladas, mas é preciso encontrar os caminhos para implementá-las ? afirmou Cheppi.
No entanto, Buzzi considerou que as reuniões mantidas recentemente com as autoridades governamentais “foram absolutamente improdutivas”.
Neste sábado continuaram sendo realizadas assembléias de agricultores e criadores de gado ao longo de várias rotas, e em uma localidade do centro do país houve uma concentração de tratores. Para a próxima semana, foram programados protestos em Buenos Aires.