? O presidente cedeu muito, mas definitivamente (a Odebrecht) não pode estar no país. Analisamos tudo e cremos que não é possível continuar com ela ? disse o ministro coordenador de Setores Estratégicos, Galo Borja.
Para o governo equatoriano, o valor apresentado pela construtora para compensar perdas na obra da usina São Francisco não foi suficiente para a revisão da decisão. A Odebrecht ofereceu, na semana passada, garantia de US$ 43,8 milhões para o pagamento de uma multa, caso auditoria internacional responsabilize a construtora por falhas encontradas na hidrelétrica. A empresa também teria oferecido uma ampliação da garantia nas obras por mais um ano e ainda bancaria os custos de possíveis reparos.
Conforme sites de jornais do Equador, sem o governo voltar atrás, a companhia brasileira não poderá prosseguir com obras de outra central hidrelétrica, uma rodovia e um aeroporto na região amazônica.
Em 23 de setembro, o presidente Correa assinou um decreto ordenando o embargo dos bens da Odebrecht, a militarização de todas as obras em andamento e a proibição de que funcionários da empresa deixassem o país. Inaugurada em junho de 2007 com potência de 230 megawatts, a usina começou a apresentar falhas e acabou fechada em junho passado. De acordo com o governo equatoriano, isso coloca em risco o abastecimento do país. A hidrelétrica é responsável por 12% do consumo nacional de energia.
A Petrobras também enfrenta problemas no Equador. A estatal poderá deixar o país caso não chegue a um entendimento. O governo equatoriano quer mudar o contrato de exploração para um modelo de prestação de serviços, o que a estatal não está disposta a aceitar.
O novo ministro de Minas e Petróleo do Equador, Derlis Palacios, assumiu aconselhando que as empresas estrangeiras preparem planos de investimentos para aumentar a produção de petróleo.